As gerações mais novas talvez não o conheçam, mas para quem tem mais de 50 anos, o maior nome do cinema de ação foi Charles Bronson. O astro morreu em 2003, aos 81 anos. À ocasião, escrevi um obituário contando a vida dura dele:
Se os fãs conhecessem a história de vida de Charles Bronson, entenderiam por que ele ficou marcado por interpretar personagens tão durões no cinema: a vida do ator faz qualquer um de seus filmes parecer Cinderela. Nascido Charles Buchinsky, em novembro de 1921, foi o 11º de 15 filhos de uma família lituana que trabalhava em minas de carvão na Pensilvânia (nordeste dos Estados Unidos).
“Lembro que meu pai raspou nossas cabeças para evitar piolhos. Os tempos eram duros. Eu usava roupas que não cabiam mais em meus irmãos mais velhos. E, porque as crianças mais velhas em minhas famílias eram meninas, eu era obrigado a usar as roupas delas. Lembro que fui para a escola de vestido. E minhas meias, quando eu chegava em casa, precisava emprestar para meu irmão trabalhar nas minas de carvão.”
Charles trabalhou dentro das minas por quatro anos, 16 horas por dia. Recebia um dólar por cada tonelada de carvão. A família morou – 17 pessoas – no porão da casa de outra família lituana, que tinha oito filhos. O pai de Charles, Valteris, morreu quando o menino tinha 14 anos. Charles cometeu furtos e chegou a ser preso por um curto período. Em casa, todas as crianças falavam lituano e russo, e Charles só aprendeu a falar inglês quando era adolescente.
Um de seus irmãos foi combater os nazistas na Segunda Guerra e disse que preferia enfrentar bombas e granadas a descer mais uma vez naquela mina escura. O próprio Charles serviu na Força Aérea por três anos durante a Guerra. Foi ferido em combate e condecorado por bravura.
De volta aos Estados Unidos, trabalhou colhendo frutas em fazendas e numa padaria, até que resolveu tentar a sorte como ator: “Era o trabalho mais fácil que eu podia pensar em fazer”. Estreou no cinema no início dos anos 50, fazendo pontas em faroestes e filmes de guerra. Na mesma época, mudou o sobrenome para Bronson, para escapar da perseguição anticomunista do Macarthismo.
Aqui vão três ótimos filmes estrelados por Charles Bronson e disponíveis no streaming.
Era uma Vez no Oeste (Sergio Leone, 1968)
Um dos maiores clássicos do cinema, tem direção magistral do italiano Sergio Leone e uma narrativa minimalista, com poucos diálogos, mas paisagens deslumbrantes e duelos que se eternizaram na memória dos cinéfilos. Bronson faz Harmonica, um sujeito taciturno que toca uma gaita e mata bandidos a granel. Ele tem contas a ajustar com um malévolo psicopata, brilhantemente interpretado por Henry Fonda. Tudo no filme é lindo: a fotografia de Tonino Delli Colli, a música de Ennio Morricone e a exuberância de Claudia Cardinale.
Onde assistir: disponível no Looke e Netmovies e para locação no YouTube Filmes, Apple TV, Amazon, Google Play e Microsoft.
Os Doze Condenados (Robert Aldrich, 1967)
Esse filme faz Mercenários parecer O Mágico de Oz. Um grupo de soldados e criminosos, incluindo Bronson, Lee Marvin, Ernest Borgnine, Jim Brown, Donald Sutherland, Robert Ryan, John Cassavetes (ele mesmo, o diretor), Telly Savallas e até o cantor Trini Lopez embarcam numa missão suicida: arrepiar um encontro de nazistas na França ocupada. Diversão garantida.
Onde assistir: disponível para locação no YouTube Filmes, Apple TV e Amazon.
Sete Homens e um Destino (John Sturges, 1960)
Faroeste clássico adaptado da obra-prima Os Sete Samurais, dirigida pelo japonês Akira Kurosawa. Charles Bronson, Yul Brinner, Steve McQueen e Robert Vaughn fazem parte de um hepteto de pistoleiros contratados para proteger uma pequena vila do México da ameaça de um bandido sanguinário, vivido pelo ótimo Eli Wallach.
Onde assistir: disponível no MGM+ e para locação na Amazon e Apple TV.
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