Os atores Tim Robbins e Morgan Freeman, que vivem os protagonistas do filme de 1994| Foto: Divulgação Warner
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Poucos escritores na história tiveram tantas obras adaptadas para cinema e televisão quanto Stephen King. Seu livro de estreia, Carrie, lançado há exatos 50 anos, foi adaptado em 1976 num excelente filme de terror de Brian De Palma. Desde então, foram cerca de 60 – isso mesmo, SESSENTA! – filmes para cinema e dezenas de adaptações para TV e séries.

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Stephen King é conhecido por escrever histórias sobrenaturais, mas seus livros inovaram por trazer o horror para perto dos leitores. Claro, ele escreveu bastante sobre reinos imaginários, mas o cerne de sua literatura lida com pessoas normais metidas em episódios anormais. Os personagens de King são cidadãos comuns que se veem em situações que eles não conseguem controlar. Podemos chamar de “horror doméstico”, e isso atraiu leitores de forma inédita.

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No meio de tantos filmes e séries, há muita coisa boa e outras nem tanto. Para cada Conta Comigo (Rob Reiner, 1986), Christine – O Carro Assassino (John Carpenter, 1983) e Louca Obsessão (Rob Reiner, 1990), há abacaxis como Cemitério Maldito 2 e Colheita Maldita 3. Ninguém é perfeito.

Curiosamente, uma das adaptações mais famosas da obra de King foi rechaçada pelo próprio autor: O Iluminado, filme dirigido em 1980 por Stanley Kubrick, considerado um dos maiores gênios do cinema. “É um filme lindo e o visual é espetacular, mas é como um grande e lustroso Cadillac, só que sem motor”, disse King. “O personagem de Jack Torrance [interpretado por Jack Nicholson] não tem arco dramático. No filme, quando o vemos pela primeira vez, ele já é louco de pedra, e tudo que ele faz é ficar ainda mais louco. No livro, ele é um sujeito lutando por sua sanidade, e finalmente ele a perde. Para mim, isso é tragédia. No filme, não há tragédia, porque não há nenhuma mudança no personagem”.

Drama prisional

A adaptação que muitos julgam a melhor já feita de uma obra de Stephen King não é uma história de horror, mas um drama prisional: Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption), dirigido em 1994 por Frank Darabont e adaptado de uma história chamada Rita Hayworth and Shawshank Redemption. Darabont havia comprado os diretos da história em 1987 diretamente de Stephen King, que tinha gostado de A Hora do Pesadelo 3, escrito por Darabont e dirigido por Chuck Russell.

Darabont levou mais de cinco anos para conseguir o financiamento para o longa. Enquanto isso, o roteiro circulou bastante em Hollywood e atraiu o interesse de astros como Tom Hanks e Tom Cruise. Em certo momento, Nicholas Cage e Martin Sheen estavam cotados para fazer os papeis principais, que acabaram com Tim Robbins e Morgan Freeman.

O contrabandista Elis “Red” Redding faz amizade com o banqueiro Andy Dufresne na Penitenciária Shwashank| Foto: Divulgação Warner
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Robbins faz o banqueiro Andy Dufresne, que é preso e condenado à prisão perpétua pelos assassinatos da esposa e do amante dela. Dufresne é enviado à Penitenciária Shwashank, onde faz amizade com um contrabandista chamado Elis “Red” Redding (Morgan Freeman), e acaba envolvido num engenhoso esquema de lavagem de dinheiro liderado pelo brutal chefe da prisão, Samuel Norton (Bob Gunton).

Hoje, Um Sonho de Liberdade é um filme adorado por muitos. Mas o que a maioria esquece ou não sabe é que ele foi um fracasso de bilheteria em 1994, em parte por causa da competição acirrada com outros filmes lançados no mesmo ano, como Forrest Gump e Pulp Fiction – Tempo de Violência. Foi só depois que a Academia indicou Um Sonho de Liberdade a sete Oscars, incluindo Mehor Filme, Ator (Morgan Freeman), Roteiro Adaptado e Fotografia, que o boca a boca começou a atrair mais público para o filme. No ano seguinte, foi o título mais alugado em VHS nos Estados Unidos.

  • Um Sonho de Liberdade
  • 1994
  • 143 minutos
  • Indicado para maiores de 16 anos
  • Disponível no Max e para locação no Google Play, Apple TV e Amazon