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Cena de "Uma Vida de Esperança"
Cena de “Uma Vida de Esperança”, drama com Hilary Swank e Alan Ritchson.| Foto: Divulgação/Lionsgate

Hilary Swank não tem medo de se aventurar por seus personagens. A vencedora do Oscar por Meninos Não Choram e Menina de Ouro acaba de dar vida a uma nova protagonista em sua carreira: Sharon Steves, a peça-chave da trama Uma Vida de Esperança, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta (13). 

Inspirada em uma história real, a produção conta a saga de uma cabeleireira de Kentucky, nos Estados Unidos, que na busca de um sentido para a própria vida encontra uma causa e move toda uma comunidade para fazer com que o praticamente impossível aconteça.  

O filme, na verdade, toma por base duas histórias. Primeiro, a de Sharon, que vive uma vida sem propósito, o que a leva a exagerar no álcool e em noites vazias pelos bares da cidade. Depois vem a de Ed Schmitt (Alan Ritchson, de Reacher), que perdeu a esposa recentemente e está afundado em dívidas para cuidar das duas filhas, em especial uma que tem uma doença muito grave - a mesma que fez a mãe falecer. 

Uma curiosidade é que, na vida real, as duas meninas têm a doença, mas o peso foi amenizado pelos roteiristas, e só Michelle, de 5 anos, chega a um ponto de quase morte. 

O que ninguém imagina, de início, é que as histórias dos dois personagens vão se entrelaçar quase que como mágica e sem um propósito amoroso no sentido de se tornarem um casal, como é de costume nos clássicos de Hollywood. Aqui, a história caminha em direção à redenção de cada um deles, convencendo que nem todo amor precisa tomar um rumo romântico para alcançar profundidade.

Luta incansável pela vida

Um certo dia, Sharon fica sabendo da história da família de Ed e resolve conhecê-lo. O encontro faz com que a cabeleireira perceba que o problema da família é muito pior do que ela imaginava. As dívidas são imensas, e a filha mais nova precisa de um transplante de fígado urgentemente. 

E assim, do nada, Sharon resolve que ajudar essa família é o seu novo propósito. A primeira tentativa é fazer uma vaquinha com a comunidade para ajudar a pagar as dívidas, o que deixa Ed extremamente desconfortável. Porém, a ajuda que chega a pouco mais de 3 mil dólares não faz nem cócegas nas necessidades deste pai aflito.

A partir daí Sharon não para. Ela se transforma em uma máquina, incansável em mover mundos e fundos para realizar o propósito de salvar a menina e ajudar a família. Seu próximo passo é uma tentativa de perdão de uma das dívidas médicas, de valor astronômico. E as ações continuam, desde ajudar Ed a encontrar um trabalho mais rentável até achar formas inteligentes de fazer dinheiro, como acionar a imprensa. 

Fica claro que Ed está tentando sobreviver a sua tragédia pessoal, mas não vê um caminho para isso - até que a “irritante” nova amiga aparece. Ela, claramente, o tira dessa zona de conforto, embora seja também uma zona de sofrimento, demandando que ele acredite mais em si e enxergue novos sentidos na vida.

Alan Ritchson (que aqui contrasta positivamente com o justiceiro brutamontes da série Reacher) dá vida a esse homem apático, bravo, que não sabe aceitar ajuda, mas que é extremamente carinhoso com as filhas. Ed chega até a brigar com Sharon pedindo para que se afaste da família - em um ponto em que o apego a ela já é irreversível.

O drama de Ed faz com que Sharon também desenterre suas tragédias pessoais, revelando a história de uma mãe solteira, que engravidou cedo, falhou em ser presente para o filho e, agora, tenta retomar seu carinho e atenção. E o roteiro evolui em uma crescente, até que o ponto alto do filme vem com uma sequência de acontecimentos impensáveis, convergindo para que o transplante de Michelle finalmente aconteça - contra absolutamente todas as probabilidades e a frustrante incerteza de um final feliz para a menina.

O diretor de Uma Vida de Esperança é Jon Gunn, que já assinou roteiros de filmes movidos pela fé anteriormente, como Movimento de Jesus e Enquanto Estivermos Juntos. Uma Vida de Esperança não é exceção. É um filme que mostra a importância não apenas da fé, mas da fé conjunta de uma sociedade que é capaz de mover montanhas em direção a um propósito.

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