A noite de sexta-feira (26) em Curitiba, véspera de vigência dos novos decretos estadual e municipal para conter o novo avanço da Covid-19, foi de aglomerações que acarretaram multas pesadas e até prisão. Somente nesta noite, a prefeitura aplicou R$ 120 mil em multas por descumprimento da lei municipal 15.799, sancionada em janeiro, que determina sanções ao descumprimento das prevenções da Covid-19. Além do novo decreto, Curitiba voltou para a bandeira laranja nesta semana por causa da lotação dos hospitais. A ocupação dos leitos de UTI para pacientes com coronavírus bateu em 93% na sexta-feira.
No Batel, três bares do Shopping Hauer foram autuados em R$ 5 mil cada um. A Guarda Municipal teve de usar bombas de efeito moral para dispersar perto de 300 pessoas que se aglomeravam no local. O funcionários de um dos bares teria xingado e tentado chutar nos agentes, incitando outras pessoas a hostilizar a equipe. O homem foi levado ao 12º Batalhão da Polícia Militar para responder por desacato.
No Uberaba, um bar na Avenida Senador Salgado Filho, aglomerava perto de 200 pessoas. Com a chegada da A, foi aplicado um auto de infração no valor de R$ 5 mil e os frequentadores foram orientados a voltar para casa.
Já no Boqueirão, uma balada tomou um total de R$ 100 mil em multas. Uma multa de R$ 50 mil foi por vender bebidas alcoólicas no período em que é proibido, das 20h às 5h da manhã do dia seguinte, e outra de R$ 50 mil por aglomeração de cerca de 80 pessoas. Nesta mesma boate, dois motoristas foram conduzidos pela PM por dirigirem alcoolizados. Também foram multados em R$ 10 mil um bar no Boa Vista e uma lanchonete no Boqueirão.
Força máxima
Por determinação do governador Carlos Ratinho Jr (PDS), a Polícia Militar (PM) vai usar força máxima para conter aglomerações no cumprimento do decreto que determina a extensão do toque de recolher e da proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas das 20h às 5h do dia seguinte, além do fechamento do comércio não essencial, o cancelamento da volta às aulas e a suspensão até o fim de março das cirurgias eletivas – sem urgência.
“Não vamos admitir desrespeito com encontros clandestinos, com grande volume de pessoas em festas, em chácaras. Vamos impor multa e prisão. Seremos extremamente severos, em especial com festas clandestinas”, enfatizou o governador na entrevista coletiva em que anunciou as medidas do novo decreto.
Antes, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), também já havia determinado tanto à Guarda Municipal quanto à Vigilância Sanitária rigor máximo contra as aglomerações. “Quando faltam os neurônios e o pudor com a saúde coletiva, que arda o bolso, essa ‘parte do corpo’ que faz pensar os que não pensam por si próprios", declarou o prefeito em entrevista em janeiro à Gazeta do Povo.
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