Vinte e três pessoas que embarcaram sem pagar a passagem da linha Alferes Poli – conhecida como a “ linha do terror” – foram retiradas do veículo pela Guarda Municipal na tarde desta terça-feira (17), por volta das 17h30, no bairro Rebouças, em Curitiba. A ação, feita pelo Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal (GOE), faz parte da operação Arapuca, que vem monitorando a ação dos fura-catracas no transporte coletivo em Curitiba.
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A operação ocorreu após reportagem da Gazeta do Povo relatar que há quase dez anos passageiros do ônibus Alferes Poli convivem com traficantes, usuários de drogas e fura-catracas sem que o poder público resolva o problema.
Os 23 apreendidos foram levados para o 1.º Distrito Policial, onde assinaram termo circunstanciado e 21 foram liberados. Com eles, foi apreendida uma pequena quantidade de maconha e alguns cachimbos para uso de crack. Entre os encaminhados para a delegacia, dois eram foragidos do sistema penitenciário do estado e serão reconduzidos ao cárcere.
Segundo o diretor-geral da Guarda Municipal, inspetor Odgar Nunes Cardoso, o foco da operação é reprimir os crimes e também condicionar as pessoas a pagar a tarifa, já que se tornou hábito entre os usuários da linha o não pagamento da passagem. Segundo dados do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), apenas 23 passageiros, em média, pagam a tarifa diariamente na linha, o que gera prejuízo de cerca de R$ 1,3 mil por dia - a linha arrecada R$ 98 e custa R$ 1,387 mil para operar.
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O secretário municipal da Defesa Social e Trânsito de Curitiba, Guilherme Rangel, afirma que as motivações da operação na linha foram as reclamações sobre o problema e os dados coletados pela inteligência do órgão.” Em razão das constantes reclamações de toda a comunidade, a Guarda fez a operação. Desde o começo, foi feito um levantamento das linhas que mais causavam transtorno, e hoje fizemos a operação aqui na linha Alferes Poli”.
De acordo com Cardoso, as ações no trajeto seguirão acontecendo enquanto o problema persistir. “Vamos fazer outras vezes enquanto o pessoal não se conscientizar de que tem que pagar a passagem. Tem que usar o transporte do jeito normal, não como está sendo feito”.
Além da ação de invasão dos ônibus, a linha sofre com traficantes e usuários de drogas e também com ameaças a passageiros e trabalhadores, o que gerou situações como o transporte de um toldo sobre o veículo. Passageiros relatam também o transporte de geladeiras, fogões, além de animais e até uma motocicleta. “Estamos fazendo abordagens diárias para evitar o transporte de objetos, como o toldo, geladeira, fogão, como já aconteceu. A linha é para passageiros, não para mercadorias, estamos aqui para evitar isso também”, afirmou o diretor-geral da Guarda Municipal.
Como se trata de um micro-ônibus, o pagamento da passagem obrigatoriamente precisa ser feito com o cartão-transporte. Durante a operação, todas as pessoas que não tinham o cartão foram levadas para a delegacia.
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