| Foto: Jairo Resende/Gazeta do Povo/Arquivo

Incidentes com cachorros são corriqueiros em Curitiba. A média é de 14 casos por dia na cidade. Em 2017, até o fim da última semana, foram registrados 2.980 casos de mordedura de cães somente na capital. E esse número leva em conta apenas quem procurou atendimento em unidades de saúde .

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Enquanto a realidade parece distante para muitos, algumas pessoas convivem diariamente com o perigo: leituristas da Copel, de água e carteiros estão entre as classes que mais estão suscetíveis aos ataques. Por exemplo, só neste ano foram 20 leituristas e 35 carteiros mordidos por cães.

Veja abaixo dicas de como evitar acidentes

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A carteira Márcia Aparecida dos Santos, que faz entregas na região do Bairro Novo, já foi mordida. Márcia conta que não se sente ameaçada por animais que estão na rua, apesar de admitir que há perigo. “O cachorro de rua, comunitário, você sabe que está lá. Ele age por instinto, defendendo o território, naquele momento”, afirmou.

Fernando Cordeiro, que há sete anos trabalha fazendo a leitura dos relógios de luz na região do Santa Quitéria, conta que nunca foi machucado por cães, mas os riscos são permanentes na sua rotina profissional. “Sempre tem uma situação diferente. A função exige atenção redobrada, para não ser pego desprevenido. Mas todos os dias a gente é ameaçado de alguma forma”.

A recomendação do coordenador de atividades externas dos Correios, Ageu Félix da Silva, é para que a população cuide dos animais que estão nas ruas de maneira também a ajudar o trabalho dos profissionais. “A gente sabe que é um ato de amor, e nossa orientação é para que o morador que está alimentando coloque o animal para dentro da residência. Evite que o cão tenha contato com o carteiro, senão fatalmente vai acabar por ferir o funcionário”, explica.

De acordo com a carteira Márcia, porém, hoje em dia os profissionais correm mais perigo com cachorros que são de residências. “O risco maior são os cães que estão nos quintais. A maioria dos acidentes acontecem na distração do dono, que abre o portão e as vezes esquece que está solto, se distrai, ou deixa o controle do portão na mão de uma criança”.

Foi atacada por um animal? Veja o que fazer:

- Não corra.

- Não grite.

- Se for atacado, fique em posição fetal. Proteja a cabeça com os braços.

- Não force o animal para ser solto. Peça a alguém que erga as patas traseiras, desestabilizando o cachorro. Ele tende a soltar.

- Após levar a mordida, aperte a região com um tecido limpo e vá até a Unidade de Saúde.

- Se possível leve sua carteira de vacinação e também a do animal.

- Quando o animal é conhecido, deve ser observado por dez dias após o acidente para identificar sintomas de raiva. Pode ser necessário tomar a vacina antirrábica.

- Animais desconhecidos: a vacina deve ser aplicada na vítima logo após o acidente

Fonte: Hospital Universitário Cajuru.

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Para ela, falta conscientizar quem tem cães sobre a guarda responsável. “As pessoas tinham que ter mais responsabilidade, o cachorro não tem culpa das atitudes. O animal é responsabilidade de seu dono e as pessoas tem que saber tomar os cuidados necessários”, destacou.

Tais cuidados não são somente com a saúde do animal, sua vacinação, alimentação e bem-estar. Questões relacionadas ao convívio na sociedade também fazem parte das obrigações dos donos dos animais, e uma das principais responsabilidades é a segurança do animal e das pessoas ao redor. Pensando nisso, os dois órgãos, Copel e Correios, treinam seus colaboradores e adotam práticas para minimizar as ocorrências, bem como para usar os agentes como vetores de educação da população.

Segundo Emerson Pedroso, que é Superintendente Comercial da Copel, essa é a ideia da empresa para seus funcionários. “Há a preocupação com treinamento do leiturista, dado inclusive por especialistas em psicologia canina. A gente investe no nosso profissional também para que ele seja um agente de conscientização da população”.

As duas companhias têm trabalhado para melhorar a situação dos incidentes com cachorros, bem como para prevenir acidentes com seus colaboradores. O Correios trabalha com um sistema de identificação de riscos, que é alimentado por casos relatados pelos carteiros, e que mostra previamente os locais que existem perigo. Já os leituristas da Copel dispõem dessa informação no aparelho em que registram a leitura da luz dos imóveis.

Mas as ações têm eficácia limitada. Para o coordenador da empresa de correspondências, a forma mais efetiva de se minimizar os incidentes com os animais é a ação direta dos donos. A empresa adotou uma prática de orientação a moradores, e deixa de entregar correspondências em áreas em que o risco é ignorado ou não é mitigado. “O carteiro não pode se expor ao risco do acidente. Quando é eliminado o risco, volta a entrega normalmente. As pessoas têm que entender que o problema com cães não prejudica só ele, mas toda a área, que fica sem receber as correspondências diariamente”.

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Veja outras dicas da Copel e dos Correios

Quem tem cachorro e não quer ter problemas deve ter atenção a alguns detalhes, segundo as empresas. Copel e Correios orientam seus funcionários para não entrarem em residências que têm cães enquanto não estiverem devidamente presos, não colocar membros do corpo para dentro de residências para entregar correspondências ou realizar a leitura da luz, além de não realizar o serviço em caso de risco.

Mas os danos das casas também precisam tomar alguns cuidados em relação aos seus animais. Veja as orientações dos dois órgãos:

- Posicionar relógios de luz e caixas de correspondência em posição que livre o profissional da ameaça, de preferência a uma distância de pelo menos 1,2 metro do chão e rente ao lado externo do muro ou portão.

- Sempre prender o animal quando for atender o carteiro ou o leiturista.

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- Não convidar o profissional para entrar na residência quando o animal estiver solto.

- Quando alimentar cães de rua, colocar o animal dentro do quintal.