A proliferação dos casos de vandalismo em Curitiba tem provocado mudanças na cidade. Diante de situações cada vez mais constantes, a prefeitura passou a investir em adaptações dos equipamentos urbanos na tentativa de frear a ação dos vândalos.
“Infelizmente, não vemos uma diminuição muito grande no vandalismo, então temos que tomar medidas que inicialmente podem ser mais caras, mas que fazem com que os equipamentos durem mais”, explica o diretor do Departamento de Parques e Praças da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Jean Brasil.
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De luminárias mais altas a postes recheados de concreto, as “engenhocas” são a aposta da administração pública. Conheça algumas delas:
Anteparos nas estações tubo
Não é de hoje a tentativa de barrar dos fura-catracas do transporte coletivo, que causam prejuízo de R$ 6 milhões por ano, conforme estimativa do Sindicato das Empresas de Transporte de Curitiba (Setransp). Mas, até agora, nenhuma solução adequada foi encontrada.
O experimento mais recente, iniciado em 12 de fevereiro, trata da eliminação das rampas instaladas nas portas dos ônibus que compõem a frota do transporte coletivo, aproximando o veículo da plataforma de embarque e desembarque.
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Antes disso, um sistema de gradis nas laterais das plataformas das portas 1 e 5 foi testado. Contudo, ele se mostrou ineficaz logo nas primeiras horas de teste. Em conjunto com a eliminação da rampa, no entanto, o espaço para atuação dos fura-catracas fica bastante reduzido.
Postes recheados de concreto
Depois que os postes de fibra começaram a ser serrados para o furto de luminárias de LED, a prefeitura decidiu preencher o miolo deles com concreto para surpreender os ladrões. Conforme Jean Brasil, o concreto passou a ser utilizado também na fiação subterrânea, para impedir o furto de fios.
Tinta antipichação
A ação dos pichadores também está na mira da prefeitura. Com o projeto Rosto da Cidade, que pretende revitalizar imóveis do Centro Histórico, uma tinta antipichação passou a ser aplicada nos prédios da região.
“Fizemos alguns testes com materiais disponíveis no mercado onde tem reincidência de pichações. Com a aplicação da resina e do verniz antipichação, conseguimos ir lá e limpar rapidamente. Isso desestimula o vândalo e tem funcionado bem”, diz Brasil.
Conforme ele, devido aos resultados obtidos com a tinta, ela tem já tem sido aplicada na instalação de novos equipamentos urbanos ou na reforma de prédios e mobiliário.
Bustos recolhidos
Para evitar que os bustos que representam 40 figuras importantes para Curitiba se percam por meio da ação de vândalos e ladrões interessados nos metais da composição das obras, a prefeitura decidiu recolhê-los das praças e espaços públicos onde estavam expostos.
De acordo com o diretor do Departamento de Parques e Praças da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, os bustos recolhidos passaram por limpeza, restauro e um mapeamento 3D para que possam ser reproduzidos, se necessário. “Para guardar a expressão do artista que fez a obra”, explica.
Em novembro, eles começaram a ser devolvidos a seus locais de origem com um sistema de rastreamento, travas e alarme. Até o momento, não registro de qualquer ocorrência envolvendo os bustos que contém o sistema antifurtos.
As placas utilizadas em monumentos da cidade também costumavam ser bastante visadas por ladrões, devido ao material. Por isso, elas têm sido substituídas. “Hoje, nós substituímos as placas por um material cerâmico ou uma resina que imitam perfeitamente o bronze. Nos cemitérios isso tem sido bastante usado também”, revela Brasil.
Postes mais altos
Devido ao furto de fios e lâmpadas, diversos parque passaram ou estão passando por modificações. No Parque da Barreirinha, foram instalados 64 novos postes de seis metros de altura para dificultar o acesso às lâmpadas. No Tingui, foram 226 novos postes e luminárias, enquanto no Tanguá serão implantados 98 postes e 180 luminárias.
Ao evitar a ação de ladrões de fios e luminárias, a prefeitura pretende também aumentar a segurança dos frequentadores.