Segundo a polícia, incêndio serviu para encobrir um assassinato. Segundo corpo foi encontrado cinco dias depois do incidente| Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

O incêndio em um casarão na esquina das avenidas Marechal Floriano Peixoto e Iguaçu, na região central de Curitiba na semana passado, foi iniciado para encobrir um assassinato. De acordo com as informações divulgadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na manhã desta segunda-feira (11), um novo corpo foi encontrado no local por moradores de rua no último sábado (9), cinco dias após o incêndio. O corpo carbonizado estava com mãos e pernas amarradas e dentro de um dos cômodos da pensão que funcionava no local destruído pelo fogo.

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De acordo com a hipótese levantada pela polícia, a vítima seria uma mulher que teria sido amarrada e morta pelo próprio marido e dono do imóvel. De acordo com o delegado Cássio Conceição, esse homem era proprietário do imóvel e, provavelmente, ateou fogo no prédio após amarrar a esposa e matá-la. Ele também teria morrido no incêndio do último dia 4, sendo o corpo encontrado pelo Corpo de Bombeiros. “Os dois filhos do casal relataram que ele tinha pego a esposa e nós já estávamos procurando por ela. Com o aparecimento do corpo, acreditamos que o homem a levou para o pensionato e cometeu o homicídio seguido de suicídio”, explicou.

Ainda segundo o delegado, tudo indica que o crime foi premeditado, pois o suspeito solicitou a todos os moradores do pensionato que deixassem o local levando dinheiro e documentos. Além disso, também colocou os dois filhos em um taxi com direção ao Conselho Tutelar e espalhou vidros com querosene em todos os cômodos do casarão. “Eram armadilhas para que o fogo se espalhasse”.

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O caso

Para o delegado, o caso está praticamente concluído e não há possibilidade de mais vítimas serem encontradas em meio aos escombros. “Soubemos que ele bebia muito, brigava bastante com a mulher e queria acabar logo com a vida. Também conversamos com todos os moradores e não há ninguém desaparecido”, afirmou.

No entanto, ainda é necessário aguardar o resultado dos exames de identificação das vítimas por meio das digitais, arcada dentária ou pelo DNA. Esses exames serão realizados pelo Instituto de Criminalística de Curitiba e devem ficar prontos em 30 dias.

Incêndio

O incêndio foi registrado durante a tarde da última segunda-feira (4) e complicou o trânsito na região do Rebouças. O fogo, de grandes proporções, mobilizou várias equipes dos bombeiros, policiais militares e agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), que bloquearam algumas ruas da região e desviaram o trajeto de linhas de ônibus.