A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) está realizando nesta segunda-feira (9) uma ação de orientação a motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres em 17 cruzamentos de Curitiba. O objetivo é esclarecer para a população os benefícios da chamada Área Calma, polígono no anel central da cidade onde a velocidade máxima permitida passará a ser de 40 km/h a partir do próximo dia 16. Ao todo, 140 quarteirões terão o novo limite. As orientações serão realizadas também na próxima quarta (11) e quinta-feira (12).
Assessor da Coordenadoria de Mobilidade Urbana da Setran, Jorge Brandt, o Goura, esteve na esquina da Rua Luiz Leão com a Carlos Cavalcanti, em frente ao Circulo Militar, e rebateu críticas de que o projeto trará mais congestionamento ao Centro. “Redução de velocidade máxima não implica, necessariamente, redução de velocidade média. Queremos com a medida também dar maior fluidez ao trânsito. Mas o mais importante é salvar vidas no trânsito”, afirmou.
Confira um mapa das ruas que terão velocidade máxima de 40 km/h
Leia a matéria completaEntre 2012 e 2014, foram registrados 1.173 acidentes na região central da capital, que inclui a Área Calma, dos quais 106 resultaram em mortes – e, destes, a maioria foram decorrentes de atropelamentos (46) e de colisões (41). Apenas na região que forma a Área Calma, 24 pessoas morreram em acidentes de trânsito nesse período – 12 delas por atropelamento.
Em termos conceituais, a Área Calma pode ser considerada uma extensão do projeto já implantado na Avenida Sete de Setembro, onde está a chamada Via Calma, que reduziu a velocidade máxima e criou uma faixa de circulação compartilhada para ciclistas e motoristas. Este mesmo conceito deverá ser levado à Avenida João Gualberto, desde o Colégio Estadual do Paraná até o Terminal Santa Cândida. As obras ali, segundo Goura, devem começar em janeiro. O objetivo principal das duas medidas, segundo a prefeitura, é reduzir a quantidade de mortes no trânsito.
“Sem pressa, em paz, é possível compartilhar o espaço com o vizinho de faixa de trânsito sem comprometer a próprio mobilidade. Com calma, dá para observar e absorver a diversidade da paisagem urbana
Sinalização na Área Calma
Placas aéreas de orientação estão sendo colocadas nas entradas do polígono formado pelas ruas André de Barros/ Nilo Cairo, Mariano Torres, Luiz Leão, Inácio Lustosa e Visconde de Nacar. Ao todo, serão 60 dessas placas . Também há sinalização horizontal. Circulando pelas ruas centrais, é possível perceber a novidade. A fiscalização começará para valer a partir da próxima segunda-feira (16).
Para fortalecer o controle, a prefeitura concluiu a instalação de oito novos radares no polígono. Eles se somam aos quatro já existentes na região. Ao todo, são 133 sinaleiros na região. Fiscalizações com agentes e radares móveis também serão realizadas. A proposta curitibana incluiu outras ações, como plantio de árvores e intervenções em vagas de estacionamento, para tentar acalmar e humanizar o trânsito. Mas, esses desdobramentos do projeto ainda não têm data definida para ser sair do papel.
Opinião
Apesar de polêmica, a iniciativa ganhou o apoio de quem passava pela região do Circulo Militar nesta segunda-feira -- inclusive motoristas. “Sou a favor [da redução da velocidade]. A fluidez depende muito da educação das pessoas. Agora mesmo, havia um carro atravessado entre as faixas. Isso causa até mais congestionamento do que a redução da velocidade”, afirmou Jaime Souza da Veiga, de 35 anos, que é motorista.
Parado no trânsito da Rua Luiz Leão, Luiz Rocha, de 53 anos, ressaltou que a redução da velocidade dará mais chances para pedestres em caso de eventualidades,. “Vai evitar acidentes, com certeza”, disse o comerciante.
Simone Mathias, 53, mora no Alto da XV e vai de carro todos os dias para o trabalho, na Conselheiro Araújo. Mesmo admitindo que a redução da velocidade poderá trazer algum aumento de congestionamento nesse primeiro momento, ela disse ser a favor da medida. A dentista ressaltou, entretanto, que há a necessidade de mais campanhas educativas paralelas. “Muitos pedestres atravessam fora da faixa e os motociclistas andam entre as faixas. Em qualquer velocidade, isso também causa acidente”.
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