Os integrantes de movimentos de esquerda que estão acampados no terreno ao lado da Rodoferroviária em Curitiba para acompanhar o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato foram alvos de ataques na madrugada desta quarta-feira (10). Segundo relato dos manifestantes, um homem encapuzado disparou rojões de cima do viaduto do Capanema, vizinho ao terreno, por volta da meia-noite e atingiu uma das barracas.
Guia da quarta-feira de protestos: veja de onde desviar
Maicon Costa, professor do acampamento do MST de Quedas do Iguaçu, no Oeste do Paraná, prestar solidariedade a Lula, ficou ferido levemente e precisou ser encaminhado ao hospital. Ele teve queimaduras leves nos braços e nas costas e já recebeu alta e voltou ao acampamento. Além dele, ninguém mais ficou ferido. “Eu estava dormindo quando o rojão queimou a barraca e estourou do meu lado. Foi um susto enorme. Estou meio surdo até agora”, relata Maicon.
O professor pretende registrar Boletim de Ocorrência na Polícia Civil ainda nesta quarta-feira. Antes do ataque que atingiu Maicon, outros dois homens de moto também haviam atacado o acampamento com rojões.
Cerca
Os manifestantes montaram acampamento ao lado da Rodoferroviária na noite de segunda-feira (8). Na terça (9), a Justiça Federal concedeu reitengração de posse à Rumo Logística, a antiga ALL, que opera trens na região. Entretanto, pelo despacho, os manifestantes poderão ficar no local até a manhã de quinta-feira (11). A área usada para o acampamento pertence à União, mas está arrendada pela empresa, que pediu reintegração de posse à Justiça Federal, na manhã desta terça-feira.
O juiz federal Friedmann Anderson Wendpap determinou que seja instalada uma cerca física temporária que delimite a área usada pela empresa como pátio de manobra dos trens e evite a entrada de terceiros. A medida tem o objetivo de evitar acidentes com manifestantes que possam estar circulando pelo local. A cerca começou a ser instalada na manhã desta quarta.
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