Um policial militar foi indiciado como o assassino de Renata Larissa dos Santos, de 22 anos, cujo corpo foi encontrado nesta quinta-feira (2), na BR-376, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Peterson da Mota Cordeiro já havia sido indiciado por outros dois crimes de estupro anteriormente e, segundo a Polícia Civil, está sendo investigado em mais quatro casos. Além disso, há a suspeita de que ele tenha cometidos outros crimes contra a mulher, já que ele costumava fazer vídeos das vítimas com seu próprio celular.
No aparelho, a polícia encontrou um vídeo que mostrava a jovem nua e com as mãos algemadas em meio a um matagal, próximo ao Zoológico de Curitiba, no bairro Alto Boqueirão, onde o PM morava. Além disso, também foram encontrado vídeos feitos com outras vítimas. A Polícia Civil informa que há sete casos confirmados e há suspeita de envolvimento em outros quatro.
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Apesar das denúncias que levaram às investigações e aos indiciamentos — a primeira delas em outubro do ano passado —, o soldado só foi preso na sexta-feira passada (27) porque negava ter cometido os crimes. Depois de o Instituto Médico Legal (IML) confirmar nesta quinta que o corpo encontrado era de Renata, a Polícia Civil afirmou envolvimento do PM no assassinato e transformou a prisão dele de temporária em definitiva.
A ligação foi possível por causa do sistema de georreferenciamento dos celulares do policial e de Renata. A análise mostrou que o sinal de localização dos dois aparelhos coincidiu no dia do crime. “A partir da análise do celular dele verificamos que existem várias outras vitimas porque ele registrava filmando e fotografando os atos. Ele obrigava algumas vítimas a falar nome e idade”, contou a delegada Eliete Kovalhuk, da Delegacia da Mulher. Kovalhuk acredita que, dentre todas as vítimas, só Renata foi morta porque pode ter resistido a algum dos atos de violência do policial. “Com outra vítima, uma semana depois desse fato, ele estava bastante nervoso e demonstrou a possibilidade de que poderia matá-la“.
Ainda conforme a polícia, quase todas as mulheres estupradas pelo soldado o conheceram por um aplicativo de encontro. Em um dos boletins de ocorrência contra Cordeiro, uma mulher relatou ter sido obrigada a manter relação sexual com ele por mais uma vez e ,depois, o policial ameaçou colocar em risco a família dela caso alguma denúncia fosse feita.
Interrogado na quarta-feira (1°.), o soldado preferiu permanecer em silêncio durante boa parte do tempo. “Pela conduta que apresenta, ele é muito frio, nega os crimes. Admite que os atos existiram, mas ‘consentidos’. O encontro era consensual, até porque ele abordava pelas redes sociais e ganhava a confiança das vítimas por conta da profissão, mas o resto é crime”, afirmou a delegada.
O caso
Renata Larissa dos Santos desapareceu na noite do dia 27 de maio depois de sair de casa para ir a uma farmácia. O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil de Colombo, na RMC. A família comentou que, antes de sair, a jovem estava trocando mensagens no celular. Segundo a irmã de Renata, Jocilea Espíndola, a vítima e o policial tinham se encontrado mais de uma vez. A irmã contou ter visto o policial uma vez e que não eram raros os encontros entre eles.
O corpo de Renata foi encontrado nesta quinta-feira em adiantado estado de decomposição. A família conseguiu identificá-la por causa de uma tatuagem no ombro e de um piercing. Com impressão digital já comprometida, o IML precisou fazer um confronto genético para confirmar a identidade.
Conforme a polícia, o corpo da jovem foi encontrado com um tecido em torno no pescoço. O pano tinha dois nós fortemente atados. Apesar disso, ainda não foi possível concluir como Renata foi assassinada.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Cordeiro. Procurada, a Polícia Militar ainda não se manifestou sobre os procedimentos que deve adotar em relação ao soldado a partir de agora.
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