O médico Raphael Suss Marques – que responde pela morte da fisiculturista Renata Muggiatti, ocorrida em setembro de 2015, em Curitiba – foi condenado nesta sexta-feira (5) pelos crimes de lesão corporal e ameaça contra a mulher com quem ele tem um filho. O episódio das agressões foi no fim do ano passado, na casa da vítima, que denunciou o caso. A defesa do médico afirmou que vai recorrer da condenação.
A sentença, assinada pela juíza Taís de Paula Scheer, do Juizado de Violência Doméstica, estabeleceu pena de quatro meses e cinco dias de prisão a Marques. Como está preso há quatro meses e onze dias, o médico, portanto, já cumpriu a pena determinada neste processo. Mas, de acordo com Leonardo Buchmann, advogado da vítima, um segundo decreto de prisão emitido no início deste ano mantém o médico preso.
Esse segundo mandado foi expedido pelo juiz que conduz o processo da morte de Renata Muggiatti, depois que o médico descumpriu parte do acordo determinado pela Justiça para que respondesse em liberdade acusações que envolvem a morte da ex-modelo fitness. Um dos acordos firmados é de recolhimento noturno, o que significa que o médico não poderia sair de casa depois das 18 horas. Os crimes contra a mãe do filho dele, no entanto, ocorreram à noite, por volta das 21 horas.
Segundo Buchmann, sua cliente foi agredida dentro da própria casa, na noite do dia 23 de dezembro. A vítima disse que o médico ficou transtornado por ela não permitir que ele tirasse o filho de casa na noite de Natal. “Ele invadiu a residência dela muito nervoso, completamente alterado emocionalmente. Como ela disse que não iria permitir [que levasse o filho], ele então a agrediu. E só não foi pior porque a mãe dela interveio”, explicou o advogado. “Como ele não pode mais agredir, ameaçou minha cliente, virou as costas e foi embora. Disse que ia acabar com a vida dela”, completou Buchmann.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), feita no dia 3 de janeiro, o médico estava com a criança no colo durante todo o episódio e o bebê chorava muito.
A defesa do médico afirmou que ainda não foi intimada da sentença, mas manteve o argumento de que Marques é inocente. O advogado de Marques, Edson Abdala, disse ainda que vai recorrer da decisão.
Caso Renata Muggiatti
A fisiculturista Renata Muggiatti morreu no dia 12 de setembro de 2015. A tese sustentada pelo MP-PR é de que a modelo foi jogada da janela do apartamento onde morava, no centro de Curitiba, pelo médico Raphael Suss Marques. Os dois teriam um relacionamento conturbado.
O caso ganhou repercussão após uma mensagem supostamente postada pela jovem no Facebook, na qual anunciava que iria se suicidar.
Em um primeiro exame, o Instituto Médico Legal (IML) apontou que a jovem foi asfixiada antes da queda. No entanto, em outro lado, o instituto mostrava que ela não tinha sido asfixiada e o médico acabou solto. Os dois laudos foram questionados pelo MP-PR e também pela Secretaria de Estado da Segurança do Paraná (Sesp). A contradição também levou a Justiça a determinar a exumação do corpo. O resultado confirmou que a vítima já estava morta ao cair do prédio.
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