Átila Alberti/Tribuna do Paraná| Foto:

A advogada criminalista Angelina Silva Guerreiro Rodrigues, 42 anos, foi morta na manhã desta segunda-feira (22), dentro do apartamento onde morava, no bairro Capão Raso, em Curitiba. De acordo com informações da Polícia Militar, o crime teria sido cometido pelo marido da vítima, o que caracterizaria o crime como feminicídio.

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O corpo foi encontrado por vizinhos, por volta das 11h, depois da suspeita de que uma briga entre o casal teria terminado mal. Há relatos de que os dois teriam discutido, gritado bastante e, logo após isso, o homem teria saído do apartamento de forma suspeita. Ele é procurado pela polícia.

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A PM recebeu o chamado para a ocorrência pelo telefone 190, por volta das 11h. Os policiais precisaram arrombar a porta do apartamento para conseguir entrar no local do crime. Angelina foi encontrada no chão do quarto. Não havia mais ninguém em casa. “A porta da residência estava trancada. Quando entramos, não havia ninguém. O corpo estava no quarto e o Siate foi acionado para prestar atendimento. Infelizmente, o óbito foi constatado”, informou o aspirante Johny Youngblood, do 13.° Batalhão da PM. Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que o marido saiu do apartamento após o crime.

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Ainda segundo Youngblood, o local foi preservado e a perícia tem vários elementos para analisar, antes de se poder afirmar como o crime de fato ocorreu. “Não podemos afirmar se o suspeito dormiu em casa ou se chegou pela manhã, antes do crime ocorrer. O que se apurou, até o momento, é que foram, pelo menos, três ferimentos com arma branca, na região do tórax”, disse. Conforme a PM, a arma do crime foi localizada no local, uma faca caseira. A Delegacia da Mulher foi acionada para investigar o caso.

O suspeito tem passagens pela polícia, mas a PM não revelou quais crimes ele já teria cometido para não comprometer a investigação. Ele ainda está sendo procurado. No início da tarde desta segunda-feira, o carro usado por ele para fugir, um Pegeout preto, foi localizado estacionado na Cidade Industrial (CIC), na Rua Arthur Martins Franco, na altura do número 2119. Moradores da vizinhança disseram que um homem desceu do carro e teria conversado com outro, antes de subir a rua. Ninguém desconfiou de nada. O carro será encaminhado para a perícia.

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Uma vizinha da advogada relatou que as brigas eram constantes entre o casal. No apartamento, moravam ela, o marido e um filho de 19 anos, que não estaria em casa nesta segunda por motivo de viagem. “Parecia uma tragédia anunciada. Eles brigavam muito, discutiam, mas ela não deixava a gente se meter. Quando as brigas passavam, eles andavam de mãos dadas pelo condomínio, então ninguém se meti a mesmo. Só que era visível que algo assim um dia acontecesse”, disse uma vizinha.

O corpo de Angelina foi recolhido pelo Instituto Médico Legal (IML).

OAB lamenta morte

Em nota oficial, a seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) lamentou a morte de Angelina. “A Ordem lamenta profundamente mais este triste caso de feminicídio e manifesta solidariedade à família, aos amigos e colegas de Angelina”, disse o órgão. Confira a nota na íntegra:

“É com grande pesar que a OAB Paraná recebe a notícia do assassinato da advogada paranaense Angelina Silva Guerreiro Rodrigues, de 42 anos, inscrita na seccional sob o nº. 74.102. A Ordem lamenta profundamente mais este triste caso de feminicídio e manifesta solidariedade à família, aos amigos e colegas de Angelina.

Segundo informações preliminares, Angelina teria sido assassinada pelo marido após uma discussão em um condomínio no bairro Capão Raso, em Curitiba. O corpo da advogada foi encontrado nesta manhã (22). O suspeito de cometer o crime teria fugido e não foi localizado até o momento.

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A seccional paranaense, por meio da Comissão de Estudos de Violência de Gênero (CEVIGE) e da Comissão da Mulher Advogada (CMA), defende intransigentemente o enfrentamento a todas as formas de violência, com ênfase na violência de gênero pelas suas características nefastas no cotidiano das mulheres, e repudia mais este episódio trágico e abominável.

A diretoria da seccional designou as presidentes das duas comissões, respectivamente as advogadas Helena de Souza Rocha e Mariana Lopes da Silva Bonfim, para acompanhar as investigações. O caso também é acompanhado pela Diretoria de Prerrogativas e pela Comissão de Defesa das Prerrogativas da seccional.”