Quem assistiu à série Narcos, da Netflix, sabe um pouco sobre o trabalho dos agentes da Drug Enforcement Administration (DEA), órgão de repressão ao narcotráfico dos Estados Unidos. Retratada na série pelos agentes Steve Murphy e Javier Peña, que no fim dos anos 80 tinham a missão de prender o maior narcotraficante da história, o colombiano Pablo Escobar, parte da equipe americana está em Curitiba desde a semana passada ensinando técnicas e abordagens ao Tático Integrado de Grupos de Repressão (Tigre), grupo de elite da Polícia Civil do Paraná, especializada em resgate de reféns.
Treinando abordagens em veículo de risco extremo - ocasião em que os ocupantes seriam criminosos de alto grau de periculosidade e com possibilidade de haver reféns -, técnicas de combate de tiro em ambiente confinado e outras ações simuladas, 14 policiais do Tigre terão um total de 15 dias de capacitação com os agentes do DEA.
A parte mais importante do treinamento, segundo o delegado titular do Tigre, Luís Fernando Vianna Artigas, é aprender métodos que foram testados em campo e tiveram a eficiência provada. “O DEA já usou essas táticas diversas vezes em confrontos pesados. Tem instrutores que já foram ao Iraque e ao Afeganistão e nos mostram o que dá certo na prática”, explica Artigas.
Fora a experiência de campo em locais extremos, o delegado percebe muitas semelhanças entre as duas equipes. “O que mais me chamou a atenção é que tanto o DEA quanto o Tigre prezam muito pela segurança dos agentes. Isso ajuda a garantir a efetividade das missões. Tanto que as duas equipes têm treinamento médico, para que os agentes aprendam a prestar atendimento pré-hospitalar em caso de ferimentos”, conta.
O Tigre também aproveita a capacitação com o DEA para praticar técnicas de tiro com o novo armamento que irá usar: pistolas glock recém adquiridas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). As simulações são feitas na Escola Superior da Polícia Civil, no bairro Vila Izabel, em Curitiba, e em estande de tiro em Almirante Tamandaré, na região metropolitana.
Segundo o delegado do Tigre, a equipe está sempre buscando intercâmbio de conhecimentos com outros órgãos internacionais para ampliar a eficiência. Antes do DEA, os policiais do Tigre tiveram capacitação em maio com agentes do Raid, o grupo de elite da Polícia Nacional da França, especializada em ações de terrorismo. “Isso permite aprimorar nossas técnicas, bem como acrescentar as que já são utilizadas por nós, e claro, adaptar e criar novas formas de proceder em situações com essas. Além de poder demonstrar para os agentes do DEA a forma com que nós realizamos operações e fazermos um comparativo”, completa o delegado.
Colaborou: Cecília Tümler
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