O confronto entre policiais militares e manifestantes contrários ao pacote de ajustes fiscais proposto pelo prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), deixou pelo menos 24 pessoas feridas na manhã desta segunda-feira (26), em frente à Ópera de Arame, onde os vereadores tentam conduzir a terceira tentativa de votação das medidas.
De acordo com informações da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), dos feridos, 10 seriam manifestantes e 14 seriam policiais militares que participaram da operação.
O ferimento mais grave entre os policiais foi em um soldado do 23.º Batalhão que teve fratura no maxilar e no osso do zigoma (acima da bochecha). Ele foi levado para o Hospital Evangélico e precisará passar por uma cirurgia nesta terça-feira, mas não corre risco de vida. Putros dois policiais sofreram ferimentos no rosto devido a pedradas.
Entre os manifestantes, os casos mais graves foram de duas pessoas com balas de borracha que ficaram cravadas nas pernas. Uma mulher também sofreu uma luxação no ombro, segundo o relatório da Secretaria de Segurança. Nenhum deles precisou de internação.
Três pessoas também foram detidas. Uma delas é um homem que não teria respeitado a área disponível para imprensa e assessores e, ao ser convidado a se sair da área, teria desacatado policiais e usado força. O detido também portava, segundo a Sesp, um rádio de comunicação sem licenças de uso. Ele foi encaminhado para a Polícia Federal. O segundo detido portava spray de pimenta e o terceiro, cocaína. Cerca de 3,5 mil manifestantes estiveram no local.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública lamentou o ocorrido e disse que os manifestantes não respeitaram a determinação de ficarem na pedreira. A versão da pasta é de que as pessoas que participavam do ato foram para cima dos policiais.
Já os sindicatos discordam da declaração da Sesp. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) diz não acreditar que a violência partir do lado dos servidores e que, no máximo, eles arremessaram copos e garrafas de plástico durante os protestos. Representando os professores da rede municipal, o Sismmac destaca que, durante o enfrentamento, a equipe de primeiros socorros atendeu 37 servidores com diferentes graus de ferimentos, sendo três delas em estado grave — incluindo um guarda com lesões no crânio. O sindicato afirma ainda que, se a votação tivesse sido feita na Câmara ou o acesso à Ópera de Arame tivesse sido liberada, não haveria confronto.
Veja a nota da Sesp na íntegra:
“A Secretaria da Segurança Pública do Paraná lamenta o confronto ocorrido entre manifestantes e policiais militares durante a votação dos projetos da Câmara Municipal.
Os manifestantes não se concentraram no local determinado previamente em reuniões na Sesp – que era a Pedreira Paulo Leminski. Ao invés disso, se aglomeraram na rua e parte deles rompeu a barreira imposta pela PM. As imagens mostram que os manifestantes partiram para cima dos policiais, jogando grades de proteção, pedras e até um extintor de incêndio.
Durante a ação, três pessoas foram detidas: *** por desacato e porte de rádio de comunicação sem licença de uso. Ele foi encaminhado para a Polícia Federal. *** por portar spray de pimenta e ****** por porte de cocaína. Já foram liberados.
A Secretaria da Segurança Pública ressalta que, em nenhuma circunstância, as aeronaves da polícia são utilizadas para auxiliar em controle de distúrbios civis. O emprego do helicóptero nesta segunda-feira foi como plataforma de observação, eventual socorro médico e para levantamento de informações, como número de manifestantes no local. Não é verdadeira a informação que foi jogada bomba do helicóptero. As aeronaves nunca são equipadas com material explosivo ou bomba de gás.
A Sesp espera que não ocorra qualquer incidente entre policiais e manifestantes nesta terça-feira (27). E pede para os sindicalistas que queiram se manifestar de forma pacífica que se concentrem na Pedreira Paulo Leminski, conforme combinado em reuniões prévias, com a participação de Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Paraná.”
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