A prefeitura de Guaratuba afastou, nesta quarta-feira (28), quatro servidores municipais envolvidos no uso de câmeras de segurança para filmar mulheres de biquíni na praia. Além disso, novas imagens também foram divulgadas, mostrando que o grupo chegou até mesmo a invadir a privacidade de uma hóspede de um hotel a beira-mar. Os novos vídeos foram exibidos pelo Boa Noite Paraná, da RPC, na noite desta quarta.
A prefeitura informou que o afastamento é preventivo, e que novos afastamentos podem ocorrer caso mais envolvidos sejam identificados. A gestão está dando andamento a uma sindicância interna para investigar a situação, que tem prazo de 30 dias para ser concluída. O prazo é prorrogável por mais 30 dias. Ao mesmo tempo, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) abriu um inquérito para investigar os fatos.
Leia também - Ibama planeja reforçar fiscalização no Litoral após morte em série de tartarugas gigantes
De acordo com o Boa Noite Paraná, da RPC, as imagens foram feitas ao longo do mês de novembro, em diversas praias da cidade - incluindo Caieiras, Praia Central e Praia das Pedras. Os servidores seriam responsáveis pelo Centro de Controle Operacional do sistema de monitoramento por câmeras da Secretaria Municipal da Segurança Pública.
A procuradora-geral de Guaratuba, Denise Lopes Silva Gouveia, disse que as imagens foram gravadas por servidores lotados na Central de Monitoramento da Secretaria de Segurança Pública, uma espécie de Guarda Municipal da cidade. Os arquivos foram descobertos ainda no mesmo dia por outros funcionários que tentavam rastrear um adolescente desaparecido, cujo corpo só foi encontrado dois dias depois.
Sindicância
Os servidores que devem responder à sindicância são todos concursados, mas podem ser exonerados conforme for o resultado das investigações. Além dos 30 dias corridos da sindicância, o caso será analisado durante outros 90 dias em processo administrativo de caráter punitivo . “Ao invés de cuidarem do seu trabalho, estes servidores estavam focando corpos femininos. Não sei se a intenção era a graça, exercício de poder, conotação sexual, mas isso também poderá ser apurado”, apontou a procuradora.
A Polícia Civil disse que, até a tarde de terça-feira (27), nenhuma das vítimas que tiveram o rosto e o corpo filmados pelos servidores da prefeitura de Guaratuba havia prestado queixa.