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 | Giuliano Gomes/Tribuna do Paraná
| Foto: Giuliano Gomes/Tribuna do Paraná

Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) reclamam das condições das ambulâncias usadas no atendimento a pacientes na região de Curitiba. Segundo eles, os problemas e defeitos nos veículos põem em risco não apenas os trabalhadores, mas também a população por causa da falta de manutenção nas viaturas.

De acordo com a Associação dos Servidores Municipais de Enfermagem de Curitiba (Asmec), o número de denúncias do gênero cresceu consideravelmente no último trimestre. Entre os problemas mais citados, defeitos nos freios, falhas elétricas e até mesmo aparelhos de socorro soltos dentro das ambulâncias são as ocorrências mais comuns.

“A situação está ficando perigosa, e muita gente já apresentou denúncias de falhas graves, como uma ambulância que não tinha freios, por exemplo”, reclama a presidente da associação, Raquel Padilha. Para ela, os próprios pacientes acabam expostos aos riscos.

No início desta semana, um vídeo que mostrava socorristas empurrando uma ambulância escancarou o problema em Curitiba. Divulgado nas redes sociais, a cena mostra uma equipe tentando fazer com que o veículo chegasse à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tatuquara na marra.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a ambulância em questão foi afetada por uma pane elétrica e os funcionários estavam retornando de um plantão no qual utilizaram outra viatura. Conforme a pasta, os socorristas não cumpriram o protocolo padrão em casos nos quais os veículos demandam manutenção, que é de contatar a empresa terceirizada responsável pelos consertos.

Cenário geral

Só que, para a Asmec, o caso do Tatuquara não é algo isolado, mas um retrato da situação geral das ambulâncias do Samu em Curitiba. “Recebemos com frequência fotos de viaturas sobre guinchos e outras situações preocupantes. São carros que, aparentemente não têm defeitos, mas que não funcionam como deveriam”, afirma.

O diretor do departamento de urgência e emergência do Samu, Pedro Henrique de Almeida, explica que os veículos são vistoriados item a item todos os dias e que aqueles que apresentam qualquer tipo de problema saem de circulação até que o conserto seja feito.

Ao todo, o Samu conta com 26 viaturas que são responsáveis pelo atendimento de uma média de 390 ocorrências diárias em Curitiba — ou seja, cerca de 15 pessoas são atendidas por dia em cada unidade. Dessa forma, quando mais de um veículo tenha de ser levado para a manutenção, o trabalho dos socorristas tende a acumular.

Na última quinta-feira (26), por exemplo, a reportagem encontrou quatro ambulâncias em uma oficina no bairro Seminário. Isso significa que, na prática, 60 atendimentos deixam de ser feitos.

Por causa de situações assim, a associação encaminhou uma notificação relatando a série de reclamações relacionadas à manutenção das ambulâncias ao Conselho Municipal de Saúde. Além disso, um ofício foi encaminhado no fim do mês de julho à prefeitura e para o gestor responsável pelo contrato de manutenção feito junto à empresa terceirizada que atende o Samu.

A Secretaria Municipal de Saúde reforça que, em caso de falha, as viaturas são realocadas imediatamente e que os funcionários e socorristas são devidamente instruídos em relação ao protocolo de manutenção das ambulâncias. Já para o caso específico da viatura que precisou ser empurrada, uma sindicância será aberta para investigar o que realmente aconteceu.

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