Embora alguns municípios brasileiros tenham decidido antecipar por conta própria a aplicação da segunda dose de imunizantes contra Covid-19 que hoje são administrados em um intervalo de 3 meses (Astrazeneca e Pfizer), Curitiba não vai seguir o mesmo caminho. Recentemente, o assunto voltou ao debate em função do crescimento de casos da variante delta e os estudos sobre o comportamento da nova cepa em relação aos vacinados apenas com uma dose. “Nós vamos cumprir rigorosamente o PNI [Plano Nacional de Imunização]. Precisamos de uma uniformidade neste país”, defendeu a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, durante entrevista à imprensa nesta sexta-feira (6). Segundo ela, antecipar a segunda dose, em um país sem boa cobertura vacinal, é “um equívoco”.
“O mais importante é rapidamente vacinar toda a população. Mesmo a primeira dose já mostra resultados. Já começa a dar proteção. É um equívoco adiantar a segunda dose, quando eu não tenho uma boa cobertura. O país já está atrasado na vacinação. Demorou para entender que a vacina é a saída desta pandemia”, criticou ela. Na última manifestação sobre o tema, o Ministério da Saúde indicou que eventual alteração no PNI, para reduzir o intervalo entre as duas doses, só deve ocorrer no final de setembro, quando todos os adultos já teriam ao menos a primeira dose no braço, na previsão da pasta.
A secretária da Saúde também disse estranhar municípios que já adotaram um novo intervalo, a despeito do PNI, já que nem haveria vacinas disponíveis de forma imediata. “Uma coisa precisa ficar clara. A única vacina que recebemos já com primeira e segunda dose é a Coronavac [que exige um intervalo de apenas de 21 a 28 dias]. Ninguém recebe [com antecedência] a segunda dose da Astrazeneca ou da Pfizer. Então tem um equívoco. Porque hoje só se conseguiria fazer a segunda aplicação adiantada usando a primeira dose. E isso nós não vamos fazer de nenhuma forma”, explicou ela.
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