O Farol das Conchas, localizado na Ilha do Mel, no Litoral do Paraná, estaria apagado desde o segundo semestre de 2017 segundo os moradores. Diante da situação, um grupo decidiu lançar uma campanha na internet solicitando atenção das autoridades para o caso. O local é responsabilidade da Capitania dos Portos.
Na campanha “Acenda o Farol”, uma imagem chama a atenção dos internautas e já rendeu centenas de compartilhamentos. A fotografia foi produzida na noite do último domingo (11), quando um dos idealizadores da iniciativa se posicionou em frente à estrutura com uma lanterna para iluminar o monumento abandonado. “O farol é um claro sinal de que toda a Ilha do Mel está carente de atenção e suporte”, afirma o fotógrafo Bruno Santos, de 34 anos
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Ele foi o responsável pela iluminação do monumento enquanto seu colega Gustavo Schiavon enquadrava a imagem e dava o clique que está chamando a atenção nas redes sociais. “É uma tentativa de chamarmos a atenção para este problema, porque o farol está jogado às traças, sem cumprir sua função de guiar e iluminar, nem de impressionar”, lamentou Schiavon.
Assim como eles, o morador Guilherme Mejia, 59, também vê a situação com tristeza. Administrador de uma pousada da região, ele costumava observar a luz do farol, ao longe, durante a noite. “Só que agora está totalmente apagado, o que é uma pena porque se trata de um monumento simbólico que ainda deve ser usado para navegação. Ele deveria ser preservado”, pontuou.
Além de estar apagado e tomado pela ferrugem, o abandono do farol também é perceptível ao seu redor. Como apontam os moradores, o descaso também é perceptível ao redor da estrutura, onde há muito mato e necessidade urgente de cuidado. “O mato cresce indiscriminadamente ao seu redor. Não há preocupação com o paisagismo”, lamenta Schiavon.
Patrimônio da humanidade
Para ele e seu colega, o problema é um “enorme desrespeito e total desinteresse em preservar a ilha, que é patrimônio da humanidade”. Em 1991, todo o trecho de Mata Atlântica entre a Ilha do Mel a Serra da Juréia, em Iguape, São Paulo, foi declarada Reserva da Biosfera pela Unesco. Já em 1999, passou a ser considerado Patrimônio Natural Mundial.
Além disso, o Farol das Conchas – como é chamado – é considerado um dos principais pontos turísticos da região, podendo ser avistado de quase todos os pontos da ilha. A estrutura existe desde abril de 1872, e sua construção foi ordenada pelo imperador D. Pedro II para modernizar a navegação comercial brasileira. A obra foi realizada por uma empresa inglesa, enquanto os materiais utilizados foram importados da Escócia, que possuía a mais avançada tecnologia na área.
Atualmente, turistas e moradores precisam subir 150 degraus e passar por algumas rampas do Morro das Conchas para chegar ao farol. Só que, lá em cima, o cenário é desmotivador. “Para alguns pode parecer irrelevante, mas eu gostaria muito de ver o Farol da Conchas funcionando, restaurado e preservado”, solicitou Santos, que pede a participação de mais pessoas na luta.
Resposta
A Capitania dos Portos do Paraná confirmou, em nota, que o farol ainda é utilizado como importante instrumento de navegação e que o fato de estar apagado foi constatado pela Marinha na última semana de fevereiro. “Durante este período, consta na lista de avisos aos navegantes a inoperância do farol”, informou.
Ainda segundo o órgão, o “monumento tem sofrido não apenas com a ação do tempo, mas, também, por atos de vandalismo, o que dificulta sua manutenção”. Diante disso, a marinha solicita apoio da comunidade local para inibir ocorrências como essa e afirma que substituirá o equipamento avariado em breve. O telefone para denúncias de depredação no local é (41) 3721-1542 e o e-mail para contato é o faleconosco.cppr@marinha.mil.br
Já as condições ao redor do farol são responsabilidade da prefeitura de Paranaguá. Em nota, a Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca do município informou que realiza os serviços de capinação e roçada periodicamente no local. Nesta semana os serviços foram realizados na segunda-feira (12) e na terça-feira (13).
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