Os dez apartamentos do prédio giratório de Curitiba não foram vendidos no leilão desta sexta-feira (18). Com lance inicial de R$ 1,415 milhão por unidade, não houve ofertas pelos imóveis. Agora uma segunda rodada de negociação será feita na próxima quinta-feira (24) com a oferta inicial 60% menor, de R$ 849 mil.
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Mesmo com lance inicial menor na segunda rodada, o leiloeiro Helcio Kronberg explica que as unidades podem ser vendidas mais caras do que a oferta inicial da primeira rodada. "Muitas pessoas deixam para fazer oferta na segunda rodada do leilão, quando a oferta inicial é mais baixa. Só que aí pode ter concorrência entre os interessados, o que pode deixar o preço do imóvel até mais alto do que na primeira rodada", explica.
Essa é a terceira vez que os dez apartamentos vão a leilão desde que o Edifício Suite Vollard, no bairro Mossunguê, foi lançado há 18 anos. Essas unidades pertencem à Construtora Moro, que construiu o prédio e soma dívidas com os apartamentos. Já o apartamento do 11º andar pertence a outro grupo empresarial e nunca foi a leilão, já que não possui dívidas.
O prédio giratório foi lançado em 2004 como um projeto arrojado que chamou a atenção da imprensa e do mercado imobiliário internacional, mas nunca foi ocupado por moradores. O primeiro motivou que atrapalhou as vendas foi o valor alto de R$ 2,3 milhões de um prédio com uma tecnologia nova. Na sequência, crises no mercado imobiliário pioraram a situação do Suite Vollard, o que fez com que a construtora dona das unidades acumulasse dívidas, prejudicando as negociações.
Os dez apartamentos do prédio giratório há haviam ido a leilão em 2010 e 2018. Na primeira vez, não houve interessados. No leilão de 2018, não houve lances na primeira rodada de negociação e a segunda foi suspensa após a Construtora Moro conseguir parcelar o pagamento de dívidas com a União, motivo pelo qual as unidades seriam leiloadas à época.
Dívidas
Dessa vez, o motivo do leilão determinado pela Justiça Estadual são dívidas de condomínio, que somam cerca de R$ 500 mil. Cada apartamento deve entre R$ 50 mil e R$ 60 mil de taxa condominial.
Apesar disso, o dinheiro do leilão dos apartamentos pode não ir para o pagamento do condomínio. Isso porque o proprietário dos prédios soma outras dívidas. E a lei define que determinadas dívidas devem ser pagas primeiro, como ações trabalhistas e IPTU.
Portanto, se o valor dessas dívidas forem maiores do que o valor arrecadado no leilão, quem comprar os apartamentos pode ter que assumir a dívida do condomínio. "Quem for dar o lance no leilão tem que estar ciente de que pode assumir um valor a mais de R$ 50 mil a R$ 60 mil de dívida do condomínio na ação", explica o leiloeiro Kronenberg.
As dez unidades do prédio giratório que vão a leilão também somam R$ 1 milhão de dívida com a prefeitura em IPTU atrasado. Também há outros credores com ações na Justiça. Mas nesses casos o débito não recaem sobre quem adquirir o imóvel. "Tirando a possibilidade do débito de condomínio, o morador não terá nenhum outro crédito a ser pago, podendo ocupar o imóvel de imediato", reforça o leiloeiro.
Projeto arrojado
Apesar de todos os imbróglios judiciais que atrapalharam a venda dos apartamentos, o Edifício Suite Vollard é um ícone da arquitetura curitibana, cujo nome é referência a uma série de gravuras do pintor espanhol Pablo Picasso. Tanto que chamou a atenção do mercado imobiliário internacional, com citações em reportagens de jornais como New York Times e The Economist, como o primeiro prédio giratório do mundo.
São 11 apartamentos de 120 metros quadrados no conceito loft, em que os ambientes são integrados. Os apartamentos já recebem sol em toda sua área a qualquer hora do dia porque têm forma circular cercada por janelas, o que permite vista de 360° de um dos pontos mais altos de Curtiba. Porém, o mecanismo giratório reforça ainda mais o aproveitamento da luminosidade, com possibilidade de rotação horária e anti-horária.
Apesar de todos os imbróglios judiciais que atrapalharam a venda dos apartamentos, o Edifício Suite Vollard é um ícone da arquitetura curitibana, cujo nome é referência a uma série de gravuras do pintor espanhol Pablo Picasso. São 11 apartamentos de 120 metros quadrados no conceito loft, em que os ambientes são integrados. Os apartamentos já recebem sol em toda sua área a qualquer hora do dia porque têm forma circular cercada por janelas, o que permite vista de 360° de um dos pontos mais altos de Curtiba. Porém, o mecanismo giratório reforça ainda mais o aproveitamento da luminosidade, com possibilidade de rotação horária e anti-horária.