Um aplicativo curitibano vem ajudando pessoas com algum tipo de dificuldade de locomoção a apontar os problemas de acessibilidade que encontram no dia a dia da cidade. Batizado de Moovids, o app funciona como uma mistura de Waze com Trip Advisor, usando a geolocalização do aparelho para indicar locais próximos do usuário que possam se tornar algum tipo de obstáculo de mobilidade.
O serviço foi criado pelo técnico em tecnologia Valmir Marques, de 35 anos, enquanto cursava o mestrado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A ideia, contudo, rompeu a barreira do universo acadêmico e chegou aos celulares do mundo todo. Segundo ele, a proposta é justamente ajudar esse público a traçar o melhor trajeto antes de sair de casa.
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A lógica por traz do app é simples: enquanto circula pela cidade, o usuário pode marcar locais onde estão essas barreiras. Por enquanto, o aplicativo permite marcar buracos, obras, caçambas, escada, calçadas estreitas, falta de rampa de acesso e até alto índice de criminalidade. “Até o começo do ano que vem, será possível incluir outros ícones, de acordo com o que o usuário encontrar pelo caminho”, promete Marques.
Segundo ele, o Moovids foi testado com o apoio da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP) e já opera em diversas cidades do brasil e do exterior. Até o momento, ele é exclusivo dos sistemas Android, mas a promessa é que ele seja liberado em breve para iOS.
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Cobranças e parceria
Além de sinalizar aos demais usuários os obstáculos espalhados pelas ruas e calçadas da cidade, o Moovids ainda permite que esses pontos sejam fotografados, o que também pode ser usado para cobrar por melhorias. “Depois que o usuário identifica o problema e marca no mapa, dependendo da situação, nós levamos a questão ao conhecimento da administração municipal por meio de hashtags no Twitter, chamando a atenção e solicitando providências”, diz. “Estamos estudando a possibilidade de fazer uma parceria com o 156 da Prefeitura, para otimizar ainda mais o serviço”.
Além disso, o app conta também com um espaço para indicar locais e estabelecimentos comerciais que sejam acessíveis para cadeirantes, por exemplo. É possível marcar ruas, lojas, restaurantes, cafés e bares que possuam infraestrutura adaptada como banheiros, elevadores, rampas de acesso, sinaleiros com alerta sonoro, entre outros.
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Para o presidente da ADPF, Mauro Nardini, a iniciativa facilita a vida não somente dos cadeirantes, mas também de qualquer portador de necessidades especiais ou cidadãos que, por qualquer motivo, precisam saber que tipo de obstáculos podem ser encontrados no percurso: como quem empurra carrinho de bebê, por exemplo.
“A possibilidade de podermos contribuir para facilitar a mobilidade das pessoas deve ser encarada como uma vantagem e também como um grande avanço. Para quem tem algum tipo de dificuldade de locomoção, saber onde circular e onde encontrar espaço adaptado é mais do que simplesmente trafegar com mais facilidade: é sinônimo de qualidade de vida”, finaliza.
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