As aulas de hidroterapia e hidroginástica da Unidade de Básica de Saúde (UBS) Ouvidor Pardinho, entre o Centro e o bairro Rebouças, em Curitiba, voltaram ao normal nesta segunda-feira (15), quase um mês depois de terem sido suspensas por causa de um furto no posto de saúde. No dia 16 de abril, ladrões invadiram o complexo e levaram os canos que compõem o sistema de aquecimento da piscina e dos chuveiros da estrutura. A situação deixou, ao longo desse período, 1.420 idosos sem aula. Segundo a prefeitura de Curitiba, o esquema de segurança do local foi reconfigurado para evitar novos crimes e depredações.
De acordo com a Secretaria Municipal de Defesa Social (SMDS), as câmeras na área da piscina foram trocadas de lugar para facilitar os ângulos de acompanhamento. Os alarmes, que apresentavam falhas, foram consertados pela empresa terceirizada responsável pela manutenção destes equipamentos. A pasta acrescentou que as rondas feitas pelas equipes da Guarda Municipal, da regional Matriz, também devem passar ao redor da praça com mais frequência.
Ainda segundo a secretaria, o município não precisou desembolsar os custos do conserto do encanamento. O serviço foi refeito pela empresa licitada para cuidar das piscinas mantidas pela prefeitura. A administração informou que o fato de várias partes do encanamento terem sido danificadas aumentou o tempo do reparo.
Apesar dos transtornos, os idosos que frequentam as aulas de hidroginástica e hidroterapia avaliam o furto como uma situação pontual. “Não dá medo. Isso nunca aconteceu e a gente não tem medo de andar por aqui”, declarou Maria Soeli Gruber, de 63 anos, aluna do projeto há quatro anos. Para ela, o que mais pesou foi mesmo a interrupção das atividades. “Minha coluna já reclamou. Quando faço as aulas percebo que ajuda bastante e, parada em casa a agora, não deu outra: a dor voltou”, comentou a idosa, que disse ter feito orações na tentativa de antecipar o retorno das aulas. “Nessas horas a gente até reza, faz oração. Tudo vale”.
A aposentada Walda Ransani, de 78 anos também deu graças por poder botar o maiô e agitar o corpo na piscina. “Ainda bem porque não estava bom ficar em casa. Sentia muita falta da piscina, mas também das colegas. A gente está sempre junto e isso faz muito bem também”, disse.
A coordenadora do Centro de Atividade Física (Cafi) da Ouvidor Pardinho, Simone Cordeiro, de 47 anos, ressalta que os programas oferecidos na unidade representam para muitas pessoas dali a única agenda fora de casa. O fato das aulas terem sido suspensas, acrescentou, refletiu não apenas no bem-estar físico dos idosos, mas também na convivência social entre eles. “Temos muitas alunas que são viúvas e moram sozinhas. Elas fazem amizades aqui, saem daqui para lanchar com as amigas, fazer passeios. Tudo isso influencia na qualidade de vida dessas pessoas. Foi muito triste isso que aconteceu”, comentou a coordenadora.
Na época do furto, Danielle Foutoura Teixeira, de 46 anos, autoridade sanitária da Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho, contou que além do furto no mês passado, a piscina da unidade chegou a ser invadida no início do ano. Um grupo entrou, nadou e sujou o espaço. A situação, no entanto, não chegou a afetar as aulas.