A prefeitura de Curitiba se comprometeu a reforçar a fiscalização do uso de serviços de transporte individual por aplicativos, como Cabify e Uber, depois que os taxistas de Curitiba realizaram um protesto na tarde desta terça-feira (23). Considerada falha pelos taxistas, a fiscalização, que fica a cargo da Secretaria Municipal de Transporte (Setran), deverá ser reforçada pela Guarda Municipal.
Além disso, a prefeitura decidiu lançar uma campanha incentivando o uso de táxi. A partir desta terça-feira, material publicitário para este fim será colocado em 700 pontos do mobiliário urbano da cidade. De acordo com o presidente da Urbs, José Antonio Andreguetto, a campanha visa atender uma reivindicação dos taxistas, da mesma forma que as mudanças recém-anunciadas no serviço de taxi na capital.
“Desde que nós assumimos a prefeitura, a gestão abriu um fórum de conversação com os taxistas desde o início, porque o momento econômico, de busca por menor preço, permite que você tenha opções mais vantajosas, mas com menos garantias (...) E nós temos que preservar este modal [taxi]”, afirmou Andreguetto.
Protesto
O protesto foi iniciado em frente ao Sindicatos dos Taxistas do Paraná (Rua Francisco Nunes, 1293) por volta das 13 horas. Dali, centenas de taxi foram até à sede da Urbs, na Rodoferroviária, onde novos carros se juntaram ao grupo, que seguiu então para a frente da Prefeitura de Curitiba. Outro grupo se reuniu em frente ao Museu Oscar Niemeyer (MON) por volta das 14 horas e também seguiu para a frente da Prefeitura.
Juntos, os grupos fecharam a quadra da Av. Cândido de Abreu em frente à sede do governo municipal e ocuparam faixas de diversas ruas da região. Eles exigiram uma reunião com o prefeito e, por volta das 15 horas foram atendidos pelo secretário de governo, Luiz Fernando de Souza Jamur, pelo secretário de defesa social e trânsito, Algacir Mikalovski, pelo presidente da Urbs, José Antonio Andreguetto, e pelo chefe de gabinete João Alfredo Costa Filho.
- Imagens - Taxistas param o trânsito em protesto contra Uber e Cabify
- Vídeo - Veja a situação em frente à prefeitura de Curitiba durante o protesto dos taxistas
Além de taxistas de Curitiba, participaram do ato motoristas que trabalham em municípios da Região Metropolitana de Curitiba, principalmente em São José dos Pinhais.
Respeito e fiscalização
Os taxistas decidiram organizar o ato depois de avaliarem que a prefeitura não estava fazendo a fiscalização como havia prometido em reuniões realizadas com representantes da categoria desde o início da gestão. “Basicamente, precisamos que a Prefeitura e o Setran respeitem o taxista. Nosso pedido hoje é por fiscalização, porque o Uber e o Cabify fazem o que querem na cidade”, afirmou o presidente da União dos Taxistas de Curitiba, Eduardo Fernandes.
“Não é que a gente seja contra o Uber, somos contra a falta de regulamentação”, disse a taxista Jucelia Kael. Conforme Jucelia, os preços mais baixos praticados pelos aplicativos são resultado da falta de regulamentação, que isenta os motoristas que trabalham com os aplicativos de várias taxas que os taxistas são obrigados a pagar. Ela define isso como “concorrência desleal” e diz que, devido à queda no uso de taxis, vários motoristas estão enfrentando problemas para pagar suas contas. “Eu trabalho 16 horas por dia e estou conseguindo pagar apenas as despesas do taxi”.
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