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| Foto: Cecília Tümler/Gazeta do Povo

Três dias depois do acampamento pró-Lula ter deixado a região da sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, os ambulantes e alguns moradores do entorno já estão sentindo falta do faturamento das semanas anteriores. Os ambulantes, que estavam lucrando com a venda de cocadas, água de coco e cerveja, por exemplo, estimam que o movimento tenha diminuído cerca de 40%, mas prometem continuar por lá. Já os moradores que abriram suas casas para banho e recarga de celular estão tentando apostar na venda de lanches para compensar a queda na procura.

Se os comerciantes lamentam, parte dos moradores, porém, ficou aliviada com a saída dos militantes das ruas próximas à PF. O acampamento, que deixou as ruas próximas da PF, mudou para um terreno na divisa com o bairro Tingui, e voltou a trocar de lugar após uma confusão com a torcida organizada Império Alviverde, do Coritiba. Agora eles estão em um terreno particular, na Rua Padre João Wislinski, também no Santa Cândida. Os apoiadores do ex-presidente, no entanto, continuam se reunindo o mais próximo possível do local onde Lula está preso. Todos os dias, das 9h às 21h, centenas de manifestantes ainda aparecem por ali - o que deveria, segundo esperavam os comerciantes, garantir a saída dos produtos. Mas não é o que tem acontecido.

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“Depois que eles pararam de ficar acampados por aqui, eles não fazem mais aquele lanchinho que garantia as vendas pra gente. Até porque muitos deles foram embora”, conta o vendedor de doces João José Batista, de 67 anos, conhecido como Joãozinho da Cocada. A esperança, agora, está na chegada de novos ônibus com manifestantes, promessa do grupo para a semana que vem. Com os doces caseiros e a água de coco um tanto empacados, os ambulantes decidiram trazer um produto mais adequado ao tempo frio que começa a aparecer na capital: “Todas as fichas estão no quentão sem álcool, que durante as noites frias que estão chegando será de grande ajuda para quem tá por aqui”, anseia Batista.

Nem as cervejas, que estavam fazendo mais sucesso no início do acampamento, têm tido grande saída nesta semana. Quem explica é o ambulante Nelson Rosa de Loureiro, de 56 anos, que começou no entorno da PF vendendo salgados. “O pessoal parou de querer salgado quando viu que tinha bastante comida da organização do acampamento. Aí eu migrei pra cerveja, que estava vendendo bem até que as barracas se mudaram daqui”, conta o vendedor, que também estima queda de 40%.

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Lucro dos moradores

No caso de quem mora na região e aproveitou a oportunidade para contribuir no orçamento, o grande campeão de vendas, por assim dizer, eram os banhos. A casa de Adriana Faria Andrade, de 42 anos, era uma das mais visitadas até a última terça-feira (17): “Eram cerca de 40 banhos por dia a R$ 5, até que a minha fossa entupiu por excesso de uso, no dia 17”, conta. Desde então, Adriana teve uma nova ideia para continuar com os ganhos: já quem nem as cervejas estavam vendendo muito, começou a fritar pastéis em sua cozinha, que passaram s a R$ 5 e consumidos pelos manifestantes em mesas instaladas no quintal.

Segundo Adriana, que é designer de interiores mas estava com dificuldades financeiras até o grupo aparecer no Santa Cândida, os pastéis não são tão procurados quanto o banho. “Estou em busca de consertar a fossa para retomar o banho o quanto antes, já que só outras duas casas da região estão oferecendo”, explica a designer.

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