A repercussão da primeira etapa de audiência de instrução e julgamento do caso Daniel, em fevereiro, parece ter mudado a estratégia da defesa do empresário Edison Brittes Jr, assassino confesso do jogador que teve passagem pelo Coritiba, São Paulo e Botafogo. O comportamento descontraído nos depoimentos de fevereiro deu lugar a um tom mais sisudo na nova etapa dos depoimentos à Justiça, que começou nesta segunda-feira (1.°). O processo tem 75 testemunhas no total - seis foram ouvidas na manhã desta segunda, todas de defesa.
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Se na primeira etapa das oitivas a família Brittes chegou a tirar selfies com familiares que foram “torcer” por eles e Edison esboçava sorrisos, nesta segunda-feira (1.°), o acusado escondeu o rosto com a camiseta ao chegar ao Fórum de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Dentro do prédio, o assassino confesso foi “escoltado” pela equipe do advogado Cláudio Dalledone Jr, que formou um paredão em torno de Edison para impedir que a imprensa fizesse imagens dele. Nos depoimentos de fevereiro, ele chegou a esboçar sorrisos. Agora, o semblante era sisudo.
Ao contrário dos depoimentos de fevereiro, Edison não chegou no mesmo camburão que a esposa, Cristiana Brittes, e a filha, Allana Brittes, também acusadas do homicídio de Daniel. Ele chegou antes das duas ao fórum. Dentro do prédio, trocou o uniforme da Casa de Custódia de Curitiba, para onde foi transferido em março, após receber bilhetes com propostas de fugas dentro da carceragem da Casa de Custódia de São José dos Pinhais, por terno e camisa. Ao contrário de Cristiana e Allana, Edison estava algemado no fórum.
Para o advogado Nilton Ribeiro, que atua como assistente de acusação, a mudança é resultado da repercussão negativa do comportamento do acusado nas sessões de fevereiro. "Ficou muito ruim para ele ter demonstrado uma certa alegria. Com certeza ele foi orientado a não agir mais assim", comentou o advogado, que auxilia o Ministério Público no processo.
O advogado que representa a família Brittes, Cláudio Dalledone Jr, não quis falar com a imprensa durante os depoimentos na manhã desta segunda. Ao ser questionado sobre uma possível mudança de tática da defesa, um assessor do advogado disse que ele não falaria sobre especulações.
Moto
Um dos ouvidos pela Justiça na manhã desta segunda foi o dono da moto de luxo apreendida na casa de Edison Brittes Jr durante a investigação da morte de Daniel. O proprietário cumpre pena por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro e diz que não sabia que a moto estava na casa de Edison.
Segundo o depoimento desta segunda, o proprietário pagou R$ 51 mil pela moto em um consórcio. Ela havia sido apreendida pela Polícia Federal (PF) quando o proprietário foi preso, mas na sequência foi posta à venda em uma loja, onde Edison a teria adquirido, mas sem fazer a transferência do veículo. "Para mim, a moto estava na loja ainda", afirmou no depoimento.
Edison costumava postar nas mídias sociais fotos junto com Cristiana em eventos de motociclistas. O modelo esportivo Honda Cbr 1000RR Fireblade foi projetada baseada no modelo de competição pilotada pelo italiano Valentino Rossi, maior vencedor do Mundial de Motovelocidade, com seis títulos. O modelo zero custa cerca de R$ 60 mil.
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