Artesão Sony deixa a rua e casinha é retirada da Rua Marechal Deodoro

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O artesão José Valsonir Gauer, conhecido como Sony, já não passa mais parte do tempo em uma casinha de cachorro. Em uma postagem no Facebook, o prefeito Rafael Greca (PMN) afirmou que, “após um intenso trabalho da FAS (Fundação de Ação Social)”, o homem que instalou uma casinha de madeira na calçada da Rua Marechal Deodoro, entre as ruas João Negrão e Tibagi, no Centro de Curitiba, foi convencido por agentes da Fundação da Ação Social (FAS) a morar com o filho e, assim, deixar as ruas. A saída foi terça-feira passada (21).

Sony ficou conhecido em Curitiba há pouco mais de um ano, quando montou a casinha de cachorro no Centro. Tomado pela depressão, optou por se afastar da família e viver nas ruas, embora sonhasse em vencer a doença e voltar a ter uma moradia digna – tal como trazia a inscrição na casinha onde ficava durante o dia.

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“Após intenso trabalho da FAS para reinserção familiar ele concordou em morar com o filho e deixou a rua. A casinha foi removida dizem que para servir de cenário a uma peça sobre sua vida”, afirmou Greca, que desde o começo do ano já se envolveu em várias polêmicas ao mirar em moradores em situação de rua. Em uma das tentativas de retirar grupos que usavam espaços da Praça Rui Barbosa, equipes da prefeitura chegaram a retirar à força pertences dos moradores do local.

Segurança

Contudo, há algum tempo Sony não morava mais na casinha. Ele tinha uma residência alugada no bairro Barreirinha, onde pernoitava e deixava seus pertences. Mas durante o dia continuava na Marechal Dedodo porque dizia gostar dali.

A FAS confirmou que o artesão só ficava na casinha durante o dia e justificou a investida porque, mesmo não dormindo no local, continuava exposto a riscos como os do clima e da própria violência.

De acordo com o coordenador de Serviços Especializados da FAS, Anderson Walter, o trabalho de aproximação dos agentes começou em julho do ano passado. Desde então, Sony era acompanhado frequentemente por um educador social, que foi quem convenceu o artesão a voltar para a casa da família.

“Ele tem esse vínculo com o Sony há algum tempo e conseguiu convencê-lo quanto a essa questão da família”, relatou Walter, que negou o uso de força para retirar Sony das ruas. “Nós não podemos agir de forma nenhuma à força. Nosso trabalho é de convencimento, monitoramento e criação de vínculo com esses moradores de rua”, ressalta.

A ideia de morar em uma casinha de cachorro - iguais a muitas que ele montou para vender - veio por necessidade, já que, nas ruas passava frio e era frequentemente roubado, relatou em uma reportagem da Gazeta do Povo.

Depois da publicação da reportagem, o artesão chegou a receber incentivo para enfrentar a doença. Ele ganhou um kit de ferramentas para voltar a exercer seu ofício.