O Ministério Público do Paraná (MP-PR) emitiu, nesta sexta-feira (28), uma recomendação ao governo do Paraná para assegurar a pacificidade das manifestações políticas deste sábado (29). O órgão se refere ao ato nacional “Mulheres Contra Bolsonaro”, que em Curitiba tem previsão de reunir 20 mil pessoas, segundo as organizadoras, na Boca Maldita, a partir das 16h. A preocupação quanto a tumultos é grande principalmente devido ao momento político do país e o aumento das tensões entre diversos grupos com a aproximação do dia do voto, no próximo 7 de outubro.
A Polícia Militar do Paraná chegou a afirmar que irá acompanhar ato para “garantir o direito à manifestação livre”, além de estar atenta a possíveis situações de vandalismo e outros crimes, nas palavras da corporação. No entanto, não há nenhum esquema especial para evitar confrontos entre os manifestantes e militantes contrários ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) e possíveis correligionários que sigam até a Boca Maldita. O MP-PR pede que as forças de segurança intervenham somente se necessário para garantir a segurança.
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Caso seja necessária atuação repressiva, o MP observa que deverão ser usados os meios adequados e proporcionais de contenção, “evitando-se o uso de qualquer espécie de armamento, salvo em caso de necessidade inafastável”.
Além disso, o documento prevê que em caso de abordagens policiais – que só devem ocorrer se motivadas por critérios objetivos –, as revistas devem realizada por agentes do mesmo gênero da pessoa abordada. O direito a atuação da imprensa e captação de imagem e som por qualquer pessoa também foi reiterado. A íntegra da recomendação pode ser conferida na página do MP.
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O grupo planeja fazer uma caminhada ao longo da Rua XV de Novembro até a Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba. Por causa do deslocamento dos manifestantes, a Superintendência Municipal de Trânsito (Setran) afirma que fará rondas e fiscalizações pela região. Ao mesmo tempo, alguns bloqueios pontuais de vias podem ocorrer, dependendo do fluxo do ato. Segundo a Setran, essas interdições devem ser rápidas, e o trânsito volta a fluir após a passagem dos participantes.
O movimento deste sábado chegou a ser mencionado no debate entre candidatos ao governo do estado, na noite desta sexta-feira (28), na RIC TV. Doutor Rosinha (PT) convocou as mulheres de Curitiba a integrarem o protesto, e fez à governadora Cida Borghetti (PP) a solicitação de que a Polícia Militar garanta a segurança de todos os participantes. Ao que a candidata respondeu: “A segurança é garantida, não queremos nenhuma situação de violência em nosso estado”.
Manifestação pacífica
Por parte do ato, a organização afirma que se trata de um movimento pacífico e apartidário, inclusive recomenda que bandeiras partidárias não sejam levadas ao evento. A previsão é de que 20 mil pessoas participem do protesto na capital paranaense, sendo grande parte mulheres - apesar de ser aberto a qualquer pessoa. No Facebook, dois eventos distintos do ato de Curitiba já reuniam cerca de 14 mil pessoas confirmadas, além de outras 27 mil que marcaram interesse, aproximadamente.
Nas páginas dos eventos, as participantes estão se organizando para prevenir conflitos. As cores escolhidas por grande parte das manifestantes, por exemplo, são lilás e branco. O uso de camisetas nesses tons serviria para evitar a confusão com partidos e campanhas, ajudando a garantir a segurança das integrantes. Outras recomendações incluem levar documento de identificação, notas com telefones de emergência, e chegar e sair junto de amigos e conhecidos. O grupo também pede que o máximo de pessoas possível leve apitos: em caso de tumultos, o plano é que todos se abaixem e façam um apitaço.
De acordo com a organização do ato, o movimento Mulheres Contra Bolsonaro surgiu a partir de um grupo fechado no Facebook de mesmo nome, criado para unir mulheres contrárias ao posicionamento político e plano de governo de Jair Bolsonaro (PSL). O protesto foi organizado por todo o Brasil e deve acontecer em cerca de 60 cidades brasileiras ao longo do dia.
O grupo publicou um texto na página do evento explicando os objetivos da manifestação deste sábado: “O grande objetivo é deixar bem claro que não aceitamos um candidato à presidência da república, declaradamente machista, misógino, racista, homofóbico, intolerante, antidemocrático, que defende tortura e violência, que não respeita as liberdades individuais e, sem qualquer proposta concreta, apenas se promove com discursos de ódio. Esses são apenas alguns dos motivos que fomentam a rejeição ao tal candidato e mobilizam tantas mulheres”.
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