A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) autorizou a volta das aulas presenciais nas escolas particulares da capital. Em ofício, assinado nesta segunda-feira (16) pela secretária Márcia Huçulak, a secretaria afirma que “é possível a retomada das atividades presenciais curriculares, priorizando-se o retorno para crianças de até 10 anos de idade”, desde que sejam respeitadas as medidas de distanciamento e prevenção ao coronavírus.
A retomada é opcional e vale para o Ensino Infantil e Fundamental I – para crianças até 10 anos. Cada escola deve decidir quando e como reiniciar as atividades presenciais, por isso, a orientação do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR) é que os pais procurem diretamente as escolas.
“Eu diria que 99% das escolas particulares estão preparadas para retomar as aulas com o devido respeito às normas sanitárias de prevenção ao coronavírus. A nossa percepção é que a maior parte das escolas deseja voltar às aulas, chamando as famílias para explicar como isso será feito”, diz Douglas Oliani, presidente do Sinepe.
Na rede pública municipal, por enquanto, não há mudança. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o decreto que suspende as aulas está em vigor até o dia 30 de novembro, quando poderá ser renovado ou modificado.
A decisão favorável do município vem praticamente no mesmo dia em que a cidade anuncia a suspensão de cirurgias eletivas por conta do aumento de casos de Covid-19, e apenas uma semana após a Justiça paranaense negar um pedido do Sinepe para a retomada das atividades presenciais em todo o estado.
Para Oliani, a decisão a nível municipal deve prevalecer, ainda que exista a possibilidade de mudanças. “Tudo é uma situação extremamente contingencial e é lógico que a depender dos indicadores da doença as coisas poderão se modificar. Respeitaremos as decisões que vierem tanto do município, quanto do estado e da Justiça”, diz.
Justificativas para a volta às aulas
O documento que autoriza as aulas presenciais na rede particular foi expedido após a apreciação, pelo Comitê de Técnica e Ética Médica, de um pedido do Sinepe. O Comitê avaliou que países de vários continentes já começaram a abrir as escolas e que a retomada das atividades presenciais “de forma geral, não impactou negativamente na curva de internações e óbitos de países como Dinamarca, Suécia e Alemanha”.
O ofício cita ainda que a transmissão da Covid-19 é bastante relacionada a sintomas e que 90% a 99% das crianças infectadas são assintomáticas ou pouco sintomáticas, apresentando índice de transmissão seis ou sete vezes menor do que em adultos. Além disso, o ofício destaca que “não é sustentável atrelar a retomada das atividades presenciais à disponibilização de uma vacina eficiente”.
Outro ponto levantado para justificar a autorização de abertura é a saúde mental e segurança das crianças. Segundo o documento, “a retomada gradual e criteriosa das atividades de ensino presenciais configura-se como oportunidade ímpar de preparar as crianças para o enfrentamento de situações adversas, tendo a resiliência como valor a ser fortalecido, para ampliar a sua capacidade de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas e traumáticas, como a vivenciada neste momento”.
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