Uma baleia de quase 5 m de comprimento da espécie minke - uma das menores espécies do mundo - foi encontrada encalhada na Ilha do Mel, no Litoral do Paraná, entre o forte e a ponta leste durante atividades de monitoramento da região. O animal ficou preso na manhã de quarta-feira (8), e, quando uma equipe de biólogos marinhos chegou para prestar atendimento, já havia morrido em decorrência de uma infecção generalizada.
No sistema digestório da baleia, foi encontrada grande quantidade de areia - o que teria sido um dos principais motivos da morte. “Para uma baleia, ter areia no sistema digestório é tão ruim como é quando uma criança come terra, por exemplo”, ilustra a bióloga Camila Domit, do Centro de Estudo do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM-UFPR). Segundo Camila, a presença da substância indica que, provavelmente, o animal esteve encalhado em outra praia e conseguiu retornar ao mar antes de parar na Ilha do Mel.
Segundo a bióloga, a morte da baleia também tem relação com a degradação do ecossistema marítimo. “É uma combinação de condições, entre eles o estado do ecossistema, prejudicada pela falta de saneamento, a poluição química e o óleo de embarcação despejado no mar”, exemplifica Camila.
A baleia encalhou ainda viva, segundo análide do CEM-UFPR, durante a maré alta. Foi com a volta da maré que acabou ficando presa na faixa de areia e morreu.
Depois da morte, uma equipe de médicos veterinários, biólogos, oceanógrafos e demais técnicos foi deslocada ao local para executar uma necrópsia no corpo do animal. Os órgãos foram analisados e removidos e o esqueleto da baleia foi levado ao CEM-UFPR em Pontal do Paraná. Segundo Camila, o plano é montar o esqueleto para exibição na sede do centro.
Só este ano, a equipe do CEM já encontrou cinco baleias encalhadas no Litoral do Paraná. “É visível que o ecossistema está sofrendo as consequências da degradação marítima”, analisa a bióloga.
Colaborou: Cecília Tümler
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