Depois de dias de intensa movimentação de políticos e apoiadores do ex-presidente Lula em frente ao prédio da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, o acampamento de manifestantes que pedem a liberdade do petista recebeu a primeira visita de uma celebridade. Na noite da última terça-feira (10), a apresentadora Bela Gil foi até o local e demonstrou apoio aos militantes que estão desde a última sexta-feira ocupando as ruas do bairro Santa Cândida.
No acampamento, a filha do cantor Gilberto Gil — que foi ministro da Cultura durante o primeiro governo Lula — falou sobre liberdade de manifestação e chegou a mencionar a repressão policial do último sábado, em que pelo menos oito pessoas ficaram feridas. “O ato de se manifestar é livre e precisa ser respeitado por ambas as partes para chegar a um acordo. Mas eu cheguei aqui e sinto que, pela parte de vocês, há uma organização, uma paz. É um ambiente em que me sinto bem”, disse. “Talvez no sábado, por exemplo tenha sido muito mais agressivo e perigoso”.
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Pedindo a liberdade de Lula, Bela Gil comentou ainda sobre sua aproximação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “São vocês, da agricultura familiar, que colocam a comida na nossa mesa, no nosso prato. Então estou com vocês”, declarou. A apresentadora é conhecida pela sua defesa da alimentação saudável e possui um programa de TV apenas com receitas do tipo. E, quando perguntada sobre qual prato gostaria de preparar para o ex-presidente, ela revelou: “O presidente adora uma carninha, mas vou fazer um bom prato brasileiro, com arroz, feijão, farofa e legumes”.
Relação com a vizinhança
Além disso, a apresentadora defendeu a ocupação pacífica das ruas próximas à Polícia Federal ao citar o exemplo de uma moradora da região que teria aberto sua casa receber os manifestantes. “O ato da dona Marina representa o amor puro, o amor pelo próximo. São seres humanos que estão aqui, independente da visão ideológica e partidária — e o ser humano precisa ser respeitado”.
O episódio envolvendo a moradora do Santa Cândida citado por Bela Gil representa bem a divisão que se tornou o bairro desde a última sexta-feira (6), quando os primeiros manifestantes pró-Lula chegaram a Curitiba. Desde então, quem vive na região teve a sua rotina alterada e tem aqueles que reclamam e aqueles que não veem problemas na ocupação e nos bloqueios policiais montados pela Polícia Militar.