Sargento Rodrigo Sales fez o salvamento da família com a ajuda de surfistas.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Um bombeiro em seu dia de folga foi responsável pelo salvamento de uma família inteira em Pontal do Paraná, no primeiro dia de 2018. Aproveitando o final da tarde, o sargento Rodrigo Sales jogava futebol com o filho na praia do balneário de Primavera no fim da tarde quando avistou duas crianças em perigo. O sargento entrou na água e acabou descobrindo, já dentro do mar, que havia mais uma pessoa em dificuldade, o pai das crianças.

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E mesmo sem os equipamentos de salvamento, como boia e nadadeiras, ele conseguiu fazer o resgate e salvar os três, com ajuda de surfistas. Prestes a completar 14 anos de corporação, foi a primeira fez que o guarda-vidas fez um salvamento sem a ajuda de equipamentos.

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Sales conta que, por força do hábito, já que trabalhou com resgate por anos na operação verão, sempre checa a linha do mar, como chamam os guarda-vidas. “A gente acaba com esse costume, mesmo de folga, fica olhando. Estava com meu filho quando escutei assovios apontando. A principio vi duas meninas, só depois que entrei que vi um rapaz tentando alcançar elas com uma pranchinha”, relatou.

Resgate da família foi o primeiro sem equipamento do sargento Rodrigo Prestes em 14 de Corpo de Bombeiros. 

Quando chegou próximo ao trio, percebeu que todos estavam em situação de risco. As meninas já conseguiam flutuar, mas o adulto, por seu tamanho, estava sem fôlego. “Ele era grandão. Pediu ajuda, porque estava completamente esgotado, mas estávamos em uma correnteza, então não consegui arrastar ele de volta. No desespero, me agarrou e nós dois afundamos e acabamos bebendo água”, relata o guarda-vidas. Pela dificuldade, o sargento chegou a se questionar se conseguiria realizar o resgate. “Nessa hora, deu uma baixada no moral, cheguei a pensar que não ia dar para tirar”, revelou.

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Surfistas

O bombeiro, no entanto, contou com a ajuda de surfistas e também com a sorte para finalizar o resgate. A correnteza os levou para o fundo, e sem os equipamentos de salvamento, a tarefa quase se transformou em tragédia. “Estava passando apuros, cheguei a quase entrar em desespero. Só pedia a Deus para me ajudar a salvá-los. O mar nos levou para dentro, e por sorte acabamos caindo em um banco de areia”, revelou.

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Com o homem e as meninas fora de perigo, outros dois surfistas que estavam na água ajudaram o trio a sair do mar, já que eles estavam em uma região conhecida como puxada, em que a correnteza do mar tem a direção contrária a da praia. “Depois de um tempo, chegou um rapaz com uma prancha, e na sequência outro. Estava totalmente dependente da ajuda externa, sozinho não teria tirado eles. Foi a primeira vez que fiz um resgate sem equipamento”, emendou Sales.

O sargento destaca a importância dos aparatos de salvamento para tal tarefa, já que servem como garantia de sobrevivência tanto dos banhistas quanto dos guarda-vidas. “A gente vê porque os equipamentos são tão importantes. Com eles, esse salvamento teria sido bem mais fácil e não haveria risco”, destacou. Sales acredita que o sucesso de sua missão tenha sido uma espécie de presente por seu tempo de trabalho. “Essa vai ficar para a história”, completou.