Um espaço verde de 47 mil metros quadrados no bairro Bigorrilho, em Curitiba, conhecido popularmente como “Bosque da Copel”, está em vias de ser transformado em área de preservação ambiental protegida. Parte da história política do Paraná, a área abriga o Chapéu Pensador, gabinete alternativo do ex-governador Jaime Lerner e de onde ex-governador Beto Richa, acuado, despachou na semana do trágico episódio do dia 29 de abril de 2015, quando mais de 200 professores reunidos em protesto em frente ao Palácio Iguaçu saíram feridos após investida da Polícia Militar.
O anúncio foi feito pela Copel e pelo governo do estado nesta segunda-feira (10), mas a medida já vinha sendo especulada há pelo menos quatro anos. Mas tudo ainda se resume a um protocolo de intenção e depende da liberação da União, a quem pertence o espaço, para sair do papel.
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Se o acordo vingar, o espaço irá se transformar em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM), nos moldes do que foi feito com o Parque Tanguá em meados deste ano. Na prática, alçar a área a status de RPPNM significa que, mesmo que continue sendo de propriedade particular, o terreno se tornará mais uma unidade de conservação da diversidade biológica.
De acordo com a Copel, ainda não se sabe se o local será aberto para visitação. Apesar de a empresa ter demonstrado interesse em abrir os portões ao público, a decisão depende de instâncias superiores — já que a área é uma concessão federal. Uma consulta sobre os usos possíveis e vocação da área será enviada à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e dependendo da resposta dada à Copel deve montar, ainda, um plano de manejo para a execução do projeto. Não há previsão para o andamento das etapas.
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Extensão do Palácio Iguaçu
Inaugurado na década de 1970, o Bosque da Copel era o endereço preferido do ex-governador Jaime Lerner para despachar e reunir o secretariado durante os oito anos que esteve à frente do governo do Paraná (1995-2003).
Em fevereiro de 2015, quando manifestações contra a reforma previdenciária estadual começaram a se avolumar em frente à Assembleia Legislativa e o Palácio Iguaçu, o então governador Beto Richa e assessores próximos usaram a sede por um tempo para despachar.
No dia 29 de abril, auge dos protestos. Richa também deslocou seus trabalhos para o Bosque enquanto centenas de policiais militares usavam bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar manifestantes. Mais de 200 ficaram feridos. Um ano depois, com milhares de pessoas no Centro Cívico lembrando um ano dos acontecimentos de 2015, o governador repetiu o endereço.
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