Um cachorro foi baleado por um policial militar no último domingo (3), durante uma abordagem de rotina em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A situação deixou Thor, como o cão é chamado, com o céu da boca rompido e agora ele deverá passar por cirurgia de reconstituição. Apesar da Polícia Militar (PM) alegar que o oficial agiu em defesa após ter sido mordido, testemunhas garantem que o animal era dócil e o caso revolta a população — principalmente porque há chances de que o animal não sobreviva.
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Rosiane Nascimento, protetora do grupo Anjos Que Latem, chegou ao local logo após o disparo e foi a primeira a prestar atendimento ao cachorro. De acordo com Rosiane, o policial militar abordava um homem por tráfico de drogas no local quando uma resistência causou confusão. “Eles começaram a discutir e o que me contaram é que o Thor latiu e, por isso, foi baleado”, conta. Segundo a protetora, o animal estava preso quando ela chegou para o atendimento e testemunhas afirmaram que ele se encontrava amarrado durante a confusão. “Era uma corrente bem curta, de cerca de um metro e meio”, observa Rosiane.
Logo após o disparo, a viatura foi embora e os moradores chamaram outra equipe policial para prestar queixa. O animal, enquanto isso, foi acolhido pela ONG Salva Bicho, que o encaminhou para um hospital veterinário em Curitiba. “Por enquanto, ele está estável, se alimentando, porém o quadro é grave porque ele teve perda óssea. O céu da boca deslocou”, explica Rosiane. Segundo a protetora, o cão pode acabar ficando com uma sequela entre o nariz e a boca e é possível até que ele não sobreviva.
A PM, enquanto isso, afirma que o oficial foi mordido na perna pelo animal e atirou para conseguir se desvencilhar. Logo em seguida teria se dirigido para o pronto-socorro de Piraquara, onde tomou vacina antirrábica. De acordo com a PM, o policial está sendo acompanhado por equipe médica, já que a mordida pode infeccionar.
Em razão das alegações dos moradores, a PM abriu um procedimento administrativo para investigar os fatos. O primeiro prazo para que a questão seja resolvida é 60 dias, podendo ser prorrogado.
Tratamento
De acordo com a protetora Rosiane Nascimento, o cachorro tem um dono que não pode arcar com os custos da cirurgia, que podem chegar a R$ 2 mil. “A situação aconteceu em uma região bem humilde e eu sei que tem crianças esperando que o Thor volte para casa”, conta. O animal teve o céu da boca suturado em uma clínica de Piraquara, e aguarda pela cirurgia em Curitiba, o que deve acontecer nos próximos dias.
Os custos serão pagos pela Ong Salva Bicho, que pede auxílio financeiro de doadores. Para ajudar no custeio, basta entrar em contato com o hospital pelo telefone 3362-0206.
Colaborou: Cecília Tümler
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