Em mais uma situação que aumenta a lista de casos de maus-tratos contra animais na região de Curitiba, a Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (2), em São José dos Pinhais, um homem de 41 anos que foi flagrado batendo em um cachorro da raça pug. A agressão - que teria sido motivada porque o cachorro fez xixi e cocô "fora do lugar" - foi gravada em vídeo por vizinhos do prédio e as imagens viralizaram nas redes sociais até chegar à Delegacia de Meio Ambiente da capital.
O criminoso, que foi autuado e solto no mesmo dia, já tinha passagem pela polícia em 2016 e 2017 por violência doméstica, o que reforça a teoria defendida pela polícia que liga quem comete crime contra a mulher à tendência de também agredir animais domésticos e vice-versa - um dos motivos que levou vereadores de Curitiba a votarem recentemente a inclusão da fiscalização de pets em rondas da patrulha Maria da Penha feitas na cidade.
O vídeo que registrou a violência sofrida pelo cachorro mostra o animal encurralado contra o muro de uma área externa do apartamento. O agressor, então, se aproxima e dá quatro tapas no cão com o que parece ser um sapato. Outro cachorro da mesma raça aparece no outro canto do vídeo.
Rotina de agressão
Segundo o delegado da Delegacia de Meio Ambiente de Curitiba, Matheus Laiola, vizinhos relataram que as situações são constantes. Ao ser preso nesta quarta, o homem respondeu que, no caso flagrado, tinha batido porque o cachorro fez xixi e cocô "fora do lugar".
"E tem um detalhe: o cachorro, quando a gente se aproxima, já recua. Está traumatizado e isso mostra que os maus-tratos não são de agora", observou o delegado. O outro cão que aparece nas imagens não foi encontrado no apartamento, mas o animal agredido foi retirado da casa e levado para abrigo.
"Existe uma teoria, que é a Teoria do Elo, que diz que a pessoa que maltrata animal é propensa a maltratar as pessoas no entorno dele. E ele bate no cachorro, bate na esposa. Essa é a rotina dele", observou Laiola.
À polícia, o homem contestou e disse que queria o animal de volta porque o pet é do filho dele. Mas, segundo a polícia, o cão vai ficar em lar temporário até o fim das investigações. Se houver adaptação, o lar temporário poderá se transformar em adoção definitiva.
Casos
Nos últimos meses, diversos casos de maus-tratos contra animais têm mobilizado a polícia em Curitiba e região. Em agosto, 94 cachorros foram resgatados em condições precárias após operações da polícia em pet shops de Curitiba e São José dos Pinhais, na Região Metropolitana. Havia filhotes das raças shih-tzus, yorkshires e golden retrievier e cães sem raça definida (SRD) adultos.
No fim do mesmo mês, foi fechado um canil clandestino em Curitiba em uma chácara no bairro São Miguel. Foram apreendidos 46 cachorros, a maioria de raça, que comiam até comida podre. Alguns estavam feridos e doentes.
Além de cães, investigadores também chegaram em cativeiros de cobras. Em uma das quatro apreensões dos últimos cinco meses, a polícia descobriu uma píton que era alugada para eventos de dança do ventre.
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