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Apesar de ser costume dos curitibanos, não é permitido deixar cães soltos em parques da cidade. Na foto, Parcão do Museu Oscar Niemeyer. Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo/Arquivo
Apesar de ser costume dos curitibanos, não é permitido deixar cães soltos em parques da cidade. Na foto, Parcão do Museu Oscar Niemeyer. Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo/Arquivo| Foto:

Bancos, sacolas para coletas de fezes, brinquedos e um cercado que garante uma área exclusiva. Essas devem ser algumas das características dos "cachorródromos" de Curitiba, espaços dedicados aos cães que poderão ser instalados em praças e parques da capital com o nome de “playpets”. O projeto de lei que regulamenta essas áreas foi aprovado em segunda votação pela Câmara de Vereadores e aguarda apenas a sanção do prefeito para passar a valer.


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A ideia do projeto é que dentro desses cercos os cachorros possam circular sem guias e correr livremente — o que hoje em dia é proibido nas áreas comuns dos espaços públicos da cidade. “Isso deverá ser bom tanto para os cachorros quanto para a população em geral”, diz o vereador Osias Moraes, autor da proposta aprovada. Segundo Moraes, além de possibilitar aos cães que gastem energia e brinquem em segurança, os cachorródromos devem inibir a presença de animais sem guia em meio aos frequentadores dos parques, o que muitas vezes acaba gerando acidentes.

“Eu já presenciei um cachorro pequeno sendo atacado por uma capivara ao pular no lago do Parque Barigui. E também já vi um cão grande sair correndo entre as pernas de um senhor idoso, que acabou caindo”, exemplifica o autor do projeto. Essas situações acontecem porque apesar de não ser permitida, a prática de soltar os cachorros em parques acaba sendo comum, até porque eles de fato precisam se exercitar.

Dentro dos cachorródromos, no entanto, haverá uma exceção quanto à necessidade de uso de guias. Tratam-se dos cães de raças consideradas perigosas, que deverão continuar usando focinheira dentro do cercado, em cumprimento à Lei Municipal 9.493/1999. É importante lembrar, também, que a presença do espaço cercado não será impeditivo para que cachorros passeiem pelas áreas livres dos parques, desde que usem coleiras, guias e, se for o caso, focinheira.

Segundo Moraes, apesar de ainda não ter a execução garantida, o projeto já foi articulado em reuniões com Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA). De acordo com o político, a secretaria já tem até mesmo o esboço de um projeto de como devem ser esses espaços. Além de bancos, cerca e bebedouros, há a ideia de criar uma parceira público-privada para que empresas cuidem dos locais, mantendo-os limpos.

E para quem está preocupado que os cachorródromos ocupem uma parte muito grande dos espaços públicos, o vereador garante que eles serão proporcionais de com as áreas designadas, dependendo da demanda. Por exemplo, o espaço atrás do Museu Oscar Niemayer, que é conhecido como Parcão, o político sugere como propício para um “playpet” maior.

Caso sancionado pelo prefeito, o primeiro parque a ter um cachorródromo deverá ser o Eixo de Animação Arnaldo Busato, na Avenida Wenceslau Braz, na região do Lindoia. “Nós debatemos que lá poderia ser um bom local-teste para o projeto, mas ainda não há planos para os próximos parques a ter os playpets”, explica o vereador.

Projeto antigo

A ideia dos cachorródromos é antiga: foi proposta pela primeira vez há cerca de cinco anos, e chegou a ser recusada algumas vezes pelos vereadores. Desta vez, o que mudou foi a diminuição da complexidade da descrição dos espaços, que antes tinha especificações de como seria a estrutura. “Vimos que estávamos dando detalhes demais sobre como seria, sendo que isso deve ficar a cargo do Executivo. Então simplificamos o projeto”, afirma Moraes.

Portanto, apesar das ideias para implantação serem muitas, é a SMMA que deve decidir quais serão efetivadas. Procurada pela reportagem, a secretaria explica que mesmo tendo feito reuniões sobre a viabilidade do projeto, não irá comentá-lo até que o prefeito sancione a medida.


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