Um relatório preparado pelos especialistas da Secretaria do Meio Ambiente de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, aponta dois cães como principais suspeitos pela morte de aproximadamente 30 animais no município. No entanto, o laudo ainda não é conclusivo e a proprietária da chácara acredita que outro animal silvestre esteja envolvido. Os cachorros foram recolhidos pela Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) e permanecem em observação pelos próximos 10 dias.
De acordo com a médica veterinária Ana Paula Jacon Zainedir, que preparou o relatório, foram examinados somente três gatos atacados na madrugada desta segunda-feira (2), data em que os ficais se deslocaram até a chácara. “Os outros animais agredidos anteriormente já haviam sido enterrados. Então, só vi as fotos e não há como precisar que animal os atacou”, afirmou.
A veterinária informa também que não há como saber se os corações dos animais foram arrancados, já que eles não foram examinados. “Precisaria utilizar uma pinça para verificar se o órgão ainda estava ali. Pelas fotos, não é possível concluir isso”.
Mas outras evidências encontradas na chácara da Colônia Zacarias — como pegadas, arranhões em palanques de madeira e a captura de dois cães — colocam os caninos como principais suspeitos. “Agora, esses animais ficarão dez dias em observação para uma avaliação comportamental e verificação de doenças como a raiva”, informou a veterinária. Após esse período, será definido se os cães são os responsáveis pelos ataques e também seu destino.
Enquanto isso, essa chácara e outra localizada na região - que também sofreu ataques semelhantes nos últimos - continuam sob monitoramento dos fiscais, assim como seus funcionários e proprietários. “Também estaremos atentos a respeito de novas agressões para garantir que não há outro animal envolvido”, adiantou Ana Paula.
Suspeitas
A aposentada Célia Regina Alberti, dona de seis ovelhas, 17 galinhas, nove patos e quatro gatos mortos nos últimos dias duvida do envolvimento dos cães. Para ela, um animal maior e silencioso seria o principal agressor. “Como que os cães atacariam tantos animais sem nenhum latido? Talvez eles tenham matado os gatinhos na noite de ontem, mas no ataque anterior, que foi muito mais agressivo, nada foi ouvido aqui”, afirmou.
Ela também pontua que já viu pela região os dois cães capturados em sua armadilha e nada havia acontecido antes. “Eles moram aqui na rua e nunca atacaram nenhum dos meus animais”. Por isso, ela continua com a armadilha armada, reforçou a porta do paiol dos animais que restaram e continua atenta. “Acho que o responsável pelas mortes ainda está solto e quero saber o que aconteceu”, pontuou.
Outro ataque misterioso
Esses casos são muito parecidos com o registrado no Bairro Alto, em Curitiba, no fim de fevereiro, quando 50 aves foram encontradas em circunstâncias igualmente misteriosas. Na ocorrência, diversas galinhas, perus e gansos tiveram seus corações aparentemente arrancados. De acordo com a Polícia Civil, o caso é investigado pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, que aguarda um laudo pericial para dar continuidade às apurações.