O efeito do avanço da vacinação contra a Covid-19 em Curitiba já é observado nas internações e nas mortes em decorrência da doença, aponta levantamento realizado pela Secretaria Municipal da Saúde com foco nos idosos, um dos primeiros grupos prioritários na fila da imunização. De acordo com a pasta, houve uma redução de 74% nas mortes entre as pessoas com 60 anos ou mais, passando de 704 óbitos em março deste ano para 186 em julho. O número de internamentos também caiu em proporção semelhante: houve uma queda de 77% no mesmo período e para a mesma faixa etária. Passaram de 1.594 para 365. O levantamento foi apresentado pela Secretaria da Saúde à imprensa na tarde desta sexta-feira (6).
Em março de 2021, 704 idosos morreram por Covid-19; 567 em abril; 368 em maio; 312 em junho; e 186 em julho. Os números de internamentos de idosos por causa da doença caíram da seguinte forma: eram 1.594 em março de 2021; 850 em abril; 813 em maio; 635 em junho; e 365 em julho.
A redução de mortes e internações ao longo de quase meio ano caminha junto com o aumento de idosos vacinados. As chamadas para a primeira aplicação nos idosos seguiram de forma escalonada (do mais velho até os 60 anos) entre o começo do ano até início de maio – ainda que o calendário esteja permanentemente aberto para aqueles idosos que por algum motivo não se vacinaram até agora. Em março, 52% das pessoas com mais de 60 anos tinham a primeira dose. Em julho, já eram 98%. Em relação à segunda dose, em março, apenas 8% tinham a segunda dose. Em julho, subiu para 92%.
“A despeito do que falam de algumas marcas de vacina, é importante ressaltar que estes primeiros resultados positivos foram obtidos basicamente com a imunização com a Coronavac”, observou a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, que tem criticado o chamado “sommelier de vacina”. Huçulak estima que cerca de 30 mil pessoas (nascidas antes de 1991) já chamadas para receber a primeira dose ainda não foram a um ponto de vacinação.
“Há um jogo político que coloca em dúvida as vacinas e não agrega valor às pessoas. A boa política é a política que protege o cidadão. Infelizmente fica esta briga de que a vacina A não é tão boa quanto a vacina B. Uma total bobagem”, criticou ela.
A Secretaria da Saúde lembra que as faixas etárias que receberam Coronavac (85 anos ou mais, 70 a 79 e metade do público de 65 a 69 anos) foram completamente imunizadas antes porque o intervalo para a segunda aplicação desta vacina é menor (de 21 a 28 dias). Grande parte dos vacinados com Astrazeneca (80 a 85 e metade do público de 65 a 69 e 60 a 65) recebeu a segunda dose só recentemente, no final de julho, já que o intervalo entre as doses para esta vacina é de três meses (veja números logo abaixo). Assim, a pasta acredita que os impactos desta imunização com Astrazeneca ainda não foram completamente observados no levantamento.
Segundo a médica infectologista da Secretaria da Saúde, Marion Burger, o levantamento mostra que as vacinas “estão cumprindo seu papel coletivo em diminuir hospitalizações e óbitos entre as populações imunizadas”, mas pondera que “não existe vacina que seja 100% eficaz, independentemente da marca”. “Entre pessoas completamente imunizadas também há riscos, mesmo que menores, de hospitalizações e óbitos”, reforça ela, daí a necessidade de manter as medidas de prevenção “até que a incidência da doença esteja mais controlada”.
- Veja quantos idosos já se vacinaram contra Covid-19 em Curitiba até 5 de agosto (*):
- Pessoas com 80 anos ou mais (estimativa de 45.335): 45.156 receberam a primeira dose e 43.932 também a segunda dose.
- Pessoas de 75 a 79 anos (estimativa de 36.769): 37.718 receberam a primeira dose e 37.194 também a segunda dose.
- Pessoas de 70 a 74 anos (estimativa de 58.228): 56.491 receberam a primeira dose e 55.697 também a segunda dose.
- Pessoas de 65 a 69 anos (estimativa de 79.936): 77.295 receberam a primeira dose e 77.273 também a segunda dose.
- Pessoas de 60 a 64 anos (estimativa de 98.391): 94.702 receberam a primeira dose e 84.509 também a segunda dose.
- (*) Fonte: Painel Covid-19 Curitiba, da Secretaria Municipal da Saúde, em constante atualização.
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