Pai, mãe e irmã de Tatiane Spitzner compareceram ao ato.| Foto: Átila Alberti/Tribina do Paraná

Uma caminhada em homenagem à advogada Tatiane Spitzner, que morreu em Guarapuava, no Interior do estado, marcou ato do Dia do Advogado, comemorado neste sábado (11), em Curitiba. Participantes vestiram roupas brancas e carregaram balões também brancos antes da saída em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), no bairro Ahú. Elas se dirigiram até o museu Oscar Niemeyer (MON), no Centro Cívico, por volta das 11h30. A caminhada simbolizou o combate da violência contra a mulher. Pai, mãe e irmã de Tatiane compareceram ao ato.

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O presidente da OAB-PR, José Augusto de Noronha, disse que a ação diferente do Dia do Advogado foi feita para alertar a sociedade para o problema da violência. “Ela atinge a todos nós, eu, vocês, os nossos familiares. O que estamos vendo é que a violência contra a mulher tem aumentado e nós precisamos dar um basta nisso”, explicou.

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Ainda segundo Noronha, o caso da advogada Tatiane Spitzner é emblemático e chocou muito, principalmente após a divulgação das imagens dos momentos que antecederam a morte dela. “Hoje, a Tatiane é o símbolo desta nossa luta”, comentou.

Na caminhada da sede da OAB-PR até o MON o trânsito não chegou a ficar complicado, uma vez que a distância entre os dois locais tem cerca de um quilômetro.

Concentração em frente à sede da OAB-PR. 

Preconceito e falta de apoio

As políticas que deveriam frear os crimes de feminicídio no Paraná ainda resvalam na resistência, no preconceito e na falta de estrutura de apoio às vítimas, alertam especialistas. De 2015 – ano em que a lei que tipifica este tipo de crime entrou em vigor – até a última segunda-feira (6), o Ministério Público do estado (MP-PR) dava conta de 555 inquéritos abertos para apurar o assassinato de mulheres pela condição de serem mulheres. Destes, 474 já foram denunciados ao Poder Judiciário, incluindo o que relaciona o caso da advogada Tatiane Spitzner.

A suspeita é de que a advogada tenha sido jogada pelo companheiro do 4.º andar do prédio onde eles moravam. O crime ganhou ainda mais impacto depois que imagens que mostram as agressões sofridas pela vítima momentos antes de morrer vieram à tona. Na sequência registrada pelas câmeras de segurança do prédio é possível ver o professor estapeando e chutando a mulher dentro do carro, na garagem e no elevador. Os vídeos ajudaram a embasar a denúncia oferecida pelas 10ª e da 12ª Promotorias de Justiça de Guarapuava,

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Na segunda-feira (6), a juíza Paola Gonçalves Mancini, da 2.ª Vara Criminal de Guarapuava, aceitou a denúncia contra o professor e biólogo Luis Felipe Manvailer, acusado de matar Tatiane, esposa dele, no último dia 22 de julho. Ele vai responder por homicídio, com quatro qualificações (impossibilidade de defesa, feminicídio, meio cruel e motivo torpe), cárcere privado e fraude.