O tráfego intenso nas rodovias que cruzam o Paraná nesse período de férias aumenta também o risco de acidentes, que quando envolvem caminhões quase sempre são sinônimo de tragédia. Só nos primeiros três dias do ano ocorreram dois acidentes com essas características. Em um deles, na BR-277, um caminhão invadiu a pista contrária e bateu em quatro carros, matando uma pessoa e deixando outras cinco feridas. Em outro, na BR-376, duas carretas e cinco carros se envolveram em uma colisão, que teve um saldo de 7 feridos.
Nem sempre é possível escapar de um acidente, mas algumas condutas dos motoristas dos veículos de passeio e dos motociclistas podem ajudar a evitar problemas, especialmente com caminhões. De acordo com o policial rodoviário federal Luís Carlos de Goes Maciel Jr., a primeira regra para os condutores é ter total atenção na estrada. Nada de dirigir mexendo no celular ou no GPS do carro. Um segundo de desatenção pode ser fatal.
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Na hora de ultrapassar um caminhão ou carreta, mesmo que seja em uma rodovia duplicada, é importante verificar se há veículos atrás do seu e se há espaço suficiente para ultrapassar com segurança. Também é imprescindível sinalizar com as setas de direção que você vai fazer a ultrapassagem. Maciel Jr. orienta ainda que o condutor fique de olho nas rodas do caminhão, se ele não está invadindo a faixa. Isso é para dar tempo de frear, acelerar ou desviar o carro caso isso ocorra.
“Se o motorista verificar que o caminhão acelerou, principalmente num declive, ele não deve entrar nessa competição. Se o caminhão não deu passagem, então fique atrás. Também não irrite o caminhoneiro buzinando ou dando sinal de luz alta”, ensina o policial rodoviário. Caso observe um comportamento agressivo do caminhoneiro, o motorista deve pedir ao passageiro para que ligue para a Polícia Rodoviária Federal, no telefone 191.
Outras dicas importantes ao trafegar junto com veículos pesados é sempre manter os faróis baixos acessos, mesmo durante o dia. É lei e além disso ajuda o motorista do caminhão a identificar que tem um veículo atrás dele. Também nunca freie bruscamente se um caminhão estiver logo atrás de você, pois certamente o veículo que pesa dezenas de toneladas não vai conseguir parar. Se estiver trafegando atrás de um caminhão, mantenha igualmente uma certa distância dele.
Já os motociclistas precisam tomar cuidado redobrado com os caminhões. Além de ter menos proteção do que um carro, a motocicleta, por ser muito leve, pode ser afetada pelo deslocamento de ar vindo do caminhão ao ultrapassá-lo ou ao cruzar com ele. “Isso pode fazer com que o motociclista perca o controle e caia, inclusive podendo entrar embaixo do caminhão”, explica Maciel Jr. Também não se deve usar o “corredor” entre os veículos para circular e não abusar da velocidade. Outra dica é evitar pegar o “vácuo” do caminhão, ficando atrás dele. Em caso de uma frenagem brusca do veículo da frente, o motociclista não vai conseguir parar.
Dá para evitar um “strike”?
Quando o tráfego fica muito lento, ou até para, trata-se de uma situação bastante perigosa, pois pode ocorrer de um caminhão carregado não conseguir frear e acabar fazendo um “strike”, batendo na traseira de diversos veículos. Apesar de ser difícil escapar de uma colisão nesses casos, especialmente se o tráfego estiver parado, o policial rodoviário federal ensina alguns truques que podem ajudar a evitar o acidente. Um deles é manter distância de dois a três carros do veículo da frente. Com isso, caso perceba alguma emergência, você pode tentar sair para o lado e evitar o choque.
Mas para isso é importante monitorar o retrovisor constantemente, manter o carro sempre ligado e os cintos de todos afivelados. “Não saia do veículo quando o trânsito estiver parado e mantenha o pisca-alerta ligado para sinalizar que o fluxo está parado”, diz Maciel Jr.
Apesar das constantes fiscalizações, ainda há muitos caminhões circulando sem condições mecânicas adequadas. A PRF autuou mais de 5 mil caminhoneiros desde 2014, quando iniciou a Operação Serra Segura, cujo foco é a manutenção de veículos pesados que trafegam pelas rodovias federais. Cerca de 2,5 mil veículos tiveram de ser retidos por apresentarem problemas mecânicos ou de documentação do condutor.
Maciel Jr. explica que os principais problemas encontrados nas blitze são falta de freio, pneus sem condições de rodar e caixa de direção e suspensão com problemas. Além disso, muitos caminhões trafegam com carga acima de sua capacidade. Há ainda motoristas que estão com a carteira vencida ou que fizeram uso de rebite, álcool ou outras drogas.
Neste primeiro fim de semana de 2019, quando muita gente deve ir ao Litoral, e principalmente retornar de lá, a PRF promete reforçar a fiscalização. O efetivo de agentes nas rodovias deve ser 30% maior para reforçar a Operação Rodovida, cujo objetivo é observar a conduta dos motoristas, como excesso de velocidade e imprudência.