O número de morcegos diagnosticados com raiva cresceu cinco vezes em 2017 em relação ao ano anterior. De acordo com a Unidade de Vigilância em Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foram 10 casos de contaminação contra apenas 2 em 2016.
Esse crescimento veio acompanhado também de uma maior aparição do animal dentro da área urbana. Ao longo de todo o ano passado, a secretaria atendeu quase 400 casos em residências, sobretudo em bairros como Ahú, Boa Vista e CIC. A explicação para a maior incidência nessas regiões é, de acordo com o biólogo e coordenador da unidade, Juliano Ribeiro, a concentração de focos de luz artificial.
“O que atrai os morcegos, na verdade, são os insetos que aparecem por conta da luz artificial das residências durante a noite”, explica o especialista. “Em bairros residenciais de grande aglomeração são mais focos de luz e, consequentemente, mais insetos. Um prato cheio para os quirópteros urbanos”.
Outra explicação é a própria arquitetura da cidade. Segundo Ribeiro, morcegos procuram locais com mais prédios, forros e tubos de ventilação com temperatura e umidade semelhante às de rochas e cavernas onde o animal normalmente vive na natureza. “Muita gente nem imagina que Curitiba concentra centenas de colônias de morcegos em locais de grande movimentação. Os animais não trazem perigo imediato ao homem e representam um papel importante no controle da população de insetos. Por esse motivo não devem ser mortos”, diz.
Ainda assim, a preocupação fica em relação aos animais domésticos — os principais afetados com a raiva. Isso porque, quando os morcegos estão infectados, ficam desorientados e caem durante o voo. É nesse momento que cães e gatos domésticos podem entrar em contato com eles e serem contaminados.
Como saber?
Se esse é o principal perigo em relação aos morcegos, o biólogo da Unidade de Vigilância em Zoonoses destaca que é preciso ficar atento aos sintomas que possam indicar uma contaminação. Segundo ele, os primeiros sinais de infecção por raiva são: excitação excessiva do animal, fuga da luz e inquietação.
Em um segundo estágio, o animal pode apresentar fraqueza nas patas traseiras, dificuldade de engolir — o que provoca a característica espuma na boca do animal — e dores fortes, que provocam irritabilidade até mesmo nos bichos mais mansos.
O biólogo recomenda que, observados quaisquer desses sinais, o animal deve receber a dose da vacina antirrábica o mais rápido possível.
Apareceu um morcego, e agora?
Ainda assim, segundo Ribeiro, o aparecimento de um morcego não é motivo para pânico. Segundo ele, o primeiro passo é isolar a área e conter o animal caso esteja no chão, mas sem matá-lo. Para isso, basta usar um recipiente, como um balde. Em seguida, deve-se ligar para o número 156 e solicitar a remoção do morcego. “Jamais se deve tentar matar ou capturar o morcego. É nessa hora que muita gente acaba se contaminando”, explica.
Caso a pessoa entre em contato com o animal, recomenda-se lavar a região afetada com água e sabão. Em seguida, orienta-se a procurar atendimento médico o quanto antes para administração de soro e vacinação específicos. Depois, deve-se procurar a central de atendimento da Prefeitura, pelo telefone 156 e registrar a ocorrência.
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