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Abandono é vizinho de um dos maiores hospitais de Curitiba | Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Abandono é vizinho de um dos maiores hospitais de Curitiba| Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

Um conjunto comercial desativado se transformou em uma enorme dor de cabeça em frente a um dos hospitais mais movimentados de Curitiba. Localizado logo em frente ao Hospital Cajuru, o Centro Empresarial Cajuru está fechado há anos e, desde então, se transformou em um enorme mocó no meio do bairro Cristo Rei — o que preocupa moradores e comerciantes da região.

O espaço já abrigou lojas como farmácia, restaurante e até uma academia. No entanto, hoje, quem passa por lá encontra paredes pichadas, marquises destruídas, vidros quebrados e outras marcas do abandono. E, mesmo trancado e com seguranças no seu interior, é fácil encontrar cobertores e outros objetos deixados por moradores de rua. Além disso, vizinhos dizem que é muito comum encontrar usuários de drogas por toda a região.

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“Um elefante branco no meio do bairro”, define o empresário Adriano Rebonato, de 50 anos, dono de um pet shop no imóvel ao lado do complexo. Segundo ele, a decadência do imóvel começou há cerca de cinco anos, quando ele começou a ser desocupado pelos comerciantes que trabalhavam no local. “Deu um imbróglio judicial e todo mundo teve que sair. Aí o lugar ficou abandonado. Chegaram a especular dizendo que ia abrir um estacionamento ali mas nada disso aconteceu”, relembra.

E, ao invés desse novo empreendimento, o centro empresarial foi largado e logo começou a atrair moradores de rua e ladrões, que chegaram a tomar conta do prédio. “No final do dia, era aquela barulheira, cheiro de drogas e, se olhasse pelas janelas, dava para ver eles depredando tudo. Levaram cabos, fios, materiais, até não sobrar mais nada”, conta Rebonato.

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Descaso é evidente para quem passa em frente ao localFelipe Rosa/Tribuna do Paraná

Para a professora Mônica da Cunha, 41, moradora da região, a falta de segurança chegou a um ponto tão preocupante, que vizinhos e comerciantes das quadras próximas tiveram que se unir em busca de providências. “Nós ficamos cansados de viver com medo e entramos em contato com a administradora do condomínio. Eles vieram, fecharam o lugar e colocaram uma equipe de vigilância não faz muito tempo”, diz. De acordo com Mônica, a situação melhorou, porém está longe da tranquilidade. “Ainda vemos gente usando drogas e dormindo debaixo das marquises, já que não dá mais para subir ao pavimento superior. Continuamos com medo”, ressalta.

Enrosco

A decadência do centro comercial aconteceu depois que a antiga administradora declarou falência, em meados de 2007, e ele foi arrendado pelo Banco Bradesco. Segundo a antiga proprietária de uma loja de produtos naturais que funcionava no conjunto, Regina Verdes, essa transição foi bastante problemática e motivou a saída de praticamente todos os estabelecimentos. “O banco deixou de cobrar condomínio por um ano e, no final de junho de 2008, cobrou tudo de uma vez, em parcela única. Depois disso, ainda reajustaram o valor, alegando que o aumento se devia ao custo da manutenção”, lembra. “Ninguém deu conta de pagar”.

Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

E, enquanto muitos especulavam o que seria feito do espaço, ele lentamente passou a ser ocupado por moradores de rua. “A expectativa era de que o banco vendesse o condomínio. Chegaram a afirmar que uma escola da região construiria um estacionamento no local, mas nada foi feito e acabou virando mocó”, conta Regina. Na mesma região, um shopping chegou a ser especulado, mas não saiu do papel.

De acordo com a prefeitura de Curitiba, o imóvel integra a massa falida da antiga administradora. Além disso, informou que uma vistoria será agendada para averiguação da atual situação do imóvel.

Já o Banco Bradesco informou que o imóvel se encontra alugado e que mantém segurança no local, “monitorando-o constantemente com vistas a garantir a integridade de suas instalações”. O banco não informou, no entanto, o que será feito no espaço.

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