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Médica veterinária Danielly Savi é a fundadora da Associação Força Animal, que cuida de 52 cavalos e cinco vacas, além de outros animais. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Médica veterinária Danielly Savi é a fundadora da Associação Força Animal, que cuida de 52 cavalos e cinco vacas, além de outros animais.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Depois de resgatar e tratar 52 cavalos, cinco vacas e centenas de animais de pequeno porte que eram maltratados e corriam risco de morte, incluindo uma tartaruga, a Associação Força Animal pode fechar suas portas. A instituição de Piraquara atua em Curitiba e região metropolitana desde 2014 com o auxílio de cinco voluntários e possui parcerias com clínicas veterinárias que oferecem descontos nos tratamentos dos animais. No entanto, tudo é pago com doações, o que faz com que a entidade sinta o efeito da crise econômica do país.

Segundo a estudante de medicina veterinária Danielly Savi, fundadora da associação, o aluguel mensal do rancho onde os animais são tratados custa R$ 3.200 e está atrasado. Além disso, o grupo deve cerca de R$ 23 mil para consultórios que prestam atendimento aos animais. “Essas clínicas cobram valores especiais para ajudar o projeto, mas não estamos conseguindo cobrir esses custos. De maneira geral, os tratamentos são muito caros, principalmente dos animais de grande porte”, lamenta.

- Fotos -  confira imagens dos animais recuperados pela Associação Força Animal

Os voluntários também utilizam diariamente 160 kg de ração para alimentar os animais, além de muito feno. Também são aplicados antipulgas e vermífugos e há necessidade de cobertas e toalhas para manter os recintos limpos durante os tratamentos. Com isso, conseguem manter atualmente quatro cavalos, duas vacas, três coelhos, 50 gatos, mais de 100 cães e dezenas de aves. “Todos esses animais estavam correndo sério risco de morte quando foram resgatados”, enfatiza Danielly.

Nem parece que foram maltrados: cavalos que chegaram muito debilitados à Associação Força Animal e hoje estão recuperados. Albari Rosa/Gazeta do Povo

Uma das éguas – chamada carinhosamente de Valesca - está entre eles. Forte, animada e com uma pelagem branca que chega a brilhar, é difícil imaginar o que a trouxe até o rancho. De acordo com a voluntária Nádia Almeida, 31, a égua foi atropelada no início deste ano por um carro no bairro Tatuquara, em Curitiba. “Ela estava com o peito todo aberto e os veterinários afirmaram que não sobreviveria”, recorda Nádia. Mesmo assim, ela e os colegas decidiram oferecer uma última oportunidade à Valesca. “Hoje ela está forte e nos dá a certeza de que esses animais querem viver”, enfatiza Nádia.

- Doação - saiba como ajudar a Associação Força Animal 

A luta pela vida também é perceptível no caso da vaca Dandara. Resgatada no final de agosto, ela precisou ser aquecida por diversos cobertores, tomou suplementos e ainda tem recebido inúmeras medicações. “A Dandara chegou no rancho muito fraca e machucada. Teve um chifre arrancado e não conseguia mais andar. Só que ela não se entregava”, contou Danielly.

De acordo com a estudante, a vaca era maltratada pelo antigo dono e ainda sofreu uma queda. “Não sabemos ao certo como ela caiu, mas não recebeu nenhum atendimento e estava morrendo. Não tinha forças nem para abrir a boca e comer”. A equipe da associação ficou sabendo do caso e resgatou o animal no município de Araucária. “Também trouxemos seu filhote, que estava muito fraco. Agora, os dois estão livres de maus-tratos”.

Além de animais de grande porte, a Associação Força Animal também trata de gatos, cachorros , porcos, aves e até uma tartaruga.Albari Rosa/Gazeta do Povo

Assim como eles, todos os outros pacientes do rancho foram salvos e carregam histórias de superação. “Temos um cachorro que ficou sete dias em coma após ser agredido com diversas pedradas na cabeça e temos outro que é surdo porque o antigo dono cortou suas orelhas com uma tesoura em casa e causou uma infecção irreversível. São situações inaceitáveis”, afirma Danielly.

Na maioria dos casos, segundo a médica veterinária, vizinhos fazem a denúncia e os proprietários dos animais os entregam à equipe. No entanto, como os bichos seguem para adoção após o tratamento, há donos que não aceitam entregá-los. “Eu mesmo acompanhei de perto o caso em que estavam judiando muito de uma água em Piraquara e não queriam deixar que ela viesse”, comentou o voluntário Luiz Lemes dos Santos, 38. “Ela estava toda machucada e magra. Acabei pegando uma Kombi velha que eu tinha e entreguei para a família em troca da égua”.

Animais para adoção

Tratados, os animais de grande e pequeno porte ficam à espera de um novo lar”. Para adotá-los, os interessados podem visitar a chácara em Piraquara ou entrar em contato com a equipe da associação pelo telefone (41) 99686-2884 ou pelo e-mail grupoforcanimal@gmail.com. “Para quem mora aqui na região, o ideal é vir pessoalmente, mas muitas pessoas de outros estados também adotam nossos animais, então possibilitamos outras formas de contato”, explica Danielly.

Quem pretende adotar passa por entrevista com um dos voluntários e assina um termo garantindo que possui condições financeiras para cuidar do animal e não o maltratará. Além disso, todos que adotam cavalos também devem se comprometer a não colocar o cavalo para trabalhar. “Para adotar, é necessário ter amor de sobra”, pontua a estudante. 

Porco tratado na Associação Força Animal.Albari Rosa/Gazeta do Povo

Quem não pretende adotar, mas tem vontade de auxiliar no cuidado dos animais pode também oferecer um lar temporário para os cães e gatos ou ainda participar do Dia da Visita e do Dia do Banho Coletivo. Nessas datas, o rancho abre suas portas para que pessoas da comunidade brinquem com os animais e até ajudem a higienizá-los. As datas são divulgadas no Facebook da associação.

Doações

Também é possível ajudar o projeto com o depósito de valores para compra de medicamentos e outros produtos necessários para os tratamentos dos animais ou ainda realizar a doação diretamente nas clínicas parceiras do projeto. Quem desejar ajudar com alimentos pode escolher entre cenouras, maçãs, alfafa, sacos de ração e farelos de milho e trigo.

Remédios também podem ser doados. E, segundo Danielly, não precisam ser necessariamente medicamentos veterinários: cerca de 90% dos remédios usados por seres humano auxiliam nos tratamentos dos bichos. “Basta estar dentro do prazo de validade”, pontua a médica veterinária. Além disso, também é possível colaborar com equipamentos como baldes, pás de lixo de cabo grande e madeira para construção de novos recintos. “Sozinhos, nós não conseguiremos manter o projeto. Então, toda ajuda voluntária é muito bem-vinda”, finaliza Danielly. 

Contas para depósito

Itau

Agência: 0273 

Conta Corrente: 93204-6 

Titular: Danielly Christina Savi

Caixa econômica

Agência: 0375 

Operação: 013 

Conta Poupança: 001300247

Titular: Danielly Christina Savi 

Banco do Brasil

Agência: 1432-x 

Conta Corrente: 26881-x

Titular: Debora E. Venancio

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