Depois dos estragos causados pelo temporal de ontem, o sábado (1.º) tem sido de muito trabalho para os moradores de Itaperuçu, município de 28 mil habitantes que fica a cerca de 30 quilômetros de Curitiba. Todos os bairros da cidade tiveram casas destruídas pela força do vento e da chuva. A situação mais grave aconteceu em Jardim Itaú, onde dois adolescentes de 14 e 16 anos morreram no momento em que um muro desabou sobre eles durante a tempestade.
Cerca de 13,7 mil residências ainda estavam sem energia elétrica em Itaperuçu, Bocaiúva do Sul e na área rural de Rio Branco do Sul. De acordo com a Copel, as equipes trabalham desde a madrugada para recompor o sistema elétrico nestes municípios, que foram fortemente atingidos pelo temporal que atingiu a região de Curitiba nesta sexta-feira (30).
Foi um tornado?
Pelo tamanho dos estragos, a suspeita era a de que a cidade teria sido atingida por um tornado. A informação foi descartada pelo Simepar. De acordo com o meteorologista Samuel Braun, com base nas informações e imagens disponíveis dos estragos observados nos municípios, é mais provável que Itaperuçu tenha sigo atingida por uma microexplosão, um fenômeno meteorológico menos conhecido, porém, muito semelhante a um tornado. A principal diferença segundo Braun é que, basicamente, na micro explosão não há a formação do cone.
“A microexplosão é como se toda aquela quantidade de chuva que está condensada na nuvem caísse no solo de uma única vez, acompanhada de fortes rajadas de ventos”. Esse fenômeno provoca um forte estouro, muito semelhante a uma explosão e costuma provocar muitos estragos, explica.
O fenômeno extremo que causou estragos na região é compatível com a linha de instabilidade que se formou ao longo do dia, composta pelo avanço de um frente fria na região e pelo tempo muito quente e abafado. De acordo com Braun, os dados da estação meteorológica de Cerro Azul, uma das mais próximas de Itaperuçu e Rio Branco do Sul, os ventos alcançaram os 78,5 km/h entre as 19 e 20 horas. “Há uma chance enorme de termos tido ventos acima de 100 km/h, mas ainda não sabemos quanto”, disse ele
Na sexta-feira (30), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) colocou o Paraná em alerta laranja. O aviso previa que a chuva poderia acompanhada de ventos intensos e até mesmo queda de granizo em pontos isolados.
Neste sábado, o dia amanheceu com muita nebulosidade em todo o Paraná, porém, com poucos registros de chuva. Não há previsão de ocorrências semelhantes ao temporal registrado na sexta-feira na região metropolitana de Curitiba.
Segundo Braun, do Simepar, o fenômeno já se afastou do estado em direção ao Sudeste.
Chuva em Curitiba
A chuva forte causou alagamento e quedas de árvore em Curitiba e região. A Rua Visconde de Nácar, no Centro de Curitiba, voltou a alagar na tarde de sexta-feira. Segundo a prefeitura da capital, a Defesa Civil do município registrou 19 ocorrências entre 17h30 e 22 horas, todas para quedas de galhos e de duas árvores
As ocorrências foram nos bairros CIC, Portão, Pinheirinho, Bairro Novo e Boqueirão. Além dos galhos, quatro casas na CIC tiveram danos nos telhados e receberam lonas da Guarda Municipal. No Parolin, uma família ficou desabrigada e foi atendida pela Fundação de Amparo Social (FAS).
Cerca de 25 mil imóveis chegaram a ficar sem energia elétrica na capital, mas a situação foi totalmente normalizada ainda na noite de sexta (30), de acordo com informações da Copel.
Durante a madrugada deste sábado, equipes da Prefeitura de Curitiba trabalharam na limpeza da cidade, recolhendo galhos e entulhos trazidos pela chuva.
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