O avanço de uma frente fria fechou o tempo em Curitiba nesta sexta-feira (15) e trouxe bastante chuva para a cidade. O sol do começo da manhã perdeu rapidamente espaço para nuvens escuras e pesadas, que provocaram pancadas fortes e alagamentos pontuais na cidade.
Confira fotos dos estragos da chuva em Curitiba
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) também afirmou desligamentos por causa do mau tempo. Duas mil residências ficaram sem energia, principalmente no Tatuquara. As 10h, praticamente toda a situação já estava restabelecida.
Houve relatos de alagamentos principalmente no bairro Boqueirão. Na Rua William Booth, na região da esquina Bley Zornig, a água acumulada entrou em residências e deixou o trânsito bem complicado.
Outro trecho bastante afetado foi a Rua das Carmelitas, onde vários moradores tiveram as casas invadidas pela água. Segundo a técnica em química Andrea Cristiane Menusi, de 41 anos, o alagamento teve início não apenas por causa da força da chuva, mas também por causa dos bueiros entupidos e da quantidade de lixo na região, que impede o escoamento para um córrego próximo. Em sua casa, o nível da água chegou à altura da cintura e ela precisou da ajuda de amigos para levar um tio de 80 anos com Mal de Parkinson para um lugar seguro.
“Eu perdi tudo aqui dentro. Eu estava com dois idosos em casa e não conseguia falar com a Defesa Civil. Uma amiga que veio aqui para me ajudar a tirar meu tio, que saiu carregado em meio a essa água de esgoto”, relembra. “E se isso acontecesse de madrugada, como seria?”. De acordo com Andrea, o que fica agora é o medo de novas chuvas. “A gente não tem para onde ir e, se chover novamente, vai alagar tudo de novo. A gente vai limpar a casa e orar”.
Em outros pontos do bairro, a situação é semelhante. na Rua William Booth, três casas foram atingidas pelo alagamento. Em uma delas, o quintal ficou completamente embaixo d’água. A dona da casa Neide Batista Ramos, de 55 anos, conta que a água entrou rapidamente pela casa assim que a chuva começou, já que o escoamento na via é precário e sempre deixa os moradores em alerta com a chegada de tempestades.
“A chuva começou era umas 8h. Aí a rua enche e, como não tem para onde ir, a água vem para dentro das casas. Mas hoje até que entrou pouco.Em outras vezes, já perdi muitos móveis”, relata Neide. Ela trabalha como diarista e teve que perder o dia no trabalho para dar conta da limpeza da casa.
Ainda no bairro, a intensidade da chuva fez com que o nível do Rio Belém subisse. No entanto, o rio não chegou a transbordar.
Por meio de nota, a Defesa Civil de Curitiba informou que a Secretaria Municipal de Obras já foi acionada para fazer a limpeza dos bueiros nas ruas do bairro, sobretudo na Carmelitas, Pastor Carlos Frank, Maestro Carlos Frank e Carlos Essenfelder.
A chuva também trouxe transtornos para os usuários do sistema do transporte público. O acesso ao Terminal do Boqueirão também foi coberto pela água, o que fez com que os passageiros tivessem de utilizar uma entrada alternativa para entrar no local. Por volta das 10h30, equipes da prefeitura já faziam o serviço de limpeza no local.
Outros problemas
Segundo o Simepar, a chuva deste início de manhã em Curitiba e cidades da região foi forte, registrando 17 mm na estação de Curitiba, localizada no bairro Jardim das Américas e 23 mm em Pinhais.
Segundo a Defesa Civil, uma árvore caiu no Pilarzinho, bloqueando o trânsito na Rua Capitão Henrique Castor. Às 11h, o atendimento ainda estava sendo feito no local. No Pinheirinho, na Rua General da Cunha Bello, houve um deslizamento nos fundos de uma residência, mas que não afetou o imóvel.
Em outros pontos da cidade, a chuva também apagou semáforos no Jardim das Américas, no cruzamento da Avenida Comendador Franco com a Rua Alcides Vieira Arcoverde. No Boa Vista e Bacacheri, os sinaleiros também ficaram inoperantes na Avenida Paraná e nas ruas Canadá, João Havro e Marcelino Nogueira.
Também choveu forte na região metropolitana, em cidades como São José dos Pinhais, Araucária e Piraquara. No Litoral, segundo o Simpear, há registro de chuvas fortes em Morretes, e, no interior, em Tibagi e Castro.
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