Moradores do Parolin, um dos bairros de Curitiba mais afetados pelas chuvas desta terça-feira (6), intimaram nesta quarta-feira (7) o vice-prefeito e secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Eduardo Pimentel, a ver de perto os estragos causados pelo temporal na comunidade. Durante coletiva de imprensa na Rua Brigadeiro Franco, no bairro, um grupo o interrompeu e pediu para que ele visitasse outras ruas e conversasse com famílias que tiveram casas atingidas. Os moradores questionaram as obras de controle de cheias que estão sendo feitas no córrego Henry Ford, que corta a comunidade, e também reivindicaram mais abertura da prefeitura para tratar sobre o assunto.
As chuvas desta terça-feira foram as mais volumosas registradas em um único dia na história de Curitiba.
Os trabalhos de drenagem no córrego do Parolin foram retomados em janeiro deste ano e fazem parte de uma obra para conter as cheias do rio Pinheirinho e seus afluentes (que inclui o rio Vila Guaíra e os córregos do Curtume, Santa Bernadete e Henry Ford). Moradores apontam que o excesso de areia e concreto empregado pela construtora levam ao entupimento de bueiros da redondeza. Isso estaria dificultando cada vez mais o escape de água em dias de chuva. “É areia demais e a gente já avisou isso. Já estava anunciado”, comentou a dona de casa Neiva Favretto, de 59 anos.
O motoboy Arsonval Bomfim, de 57 anos, viu o transbordo das águas do córrego atingir a casa onde mora e se elevar até um metro acima do piso. Agora está sem fogão, geladeira e móveis, que praticamente se desintegraram após ficarem debaixo d’água até o fim da noite. Para ele, a drenagem do córrego também tem sua parcela de culpa nesta situação. “Estreitaram demais a calha do rio e ela ficou mínima. Esse foi o grande problema. Tudo bem que foi muita chuva, mas sempre suportou. Nunca foi dessa forma”, disse.
O vice-prefeito aceitou ver de perto o andamento das obras no córrego Henry Ford. No percurso, foi abordado por moradores que pediram uma solução para o problema. “É uma obra que esta em andamento, está no meio da continuidade. Ela vem para evitar enchentes como as de ontem. Foi uma chuva muito forte e é difícil a gente ter uma ideia bem clara, mas a obra está sendo feita para evitar isso [inundações]”, afirmou Pimentel à imprensa.
A implantação do sistema de drenagem no córrego que corta o Parolin vai custar R$ 42,3 milhões .
Atendimentos
De acordo com Pimentel, o excesso de chuva desta terça levou para as ruas diversas equipes da prefeitura, que atuam para minimizar o impacto dos problemas deixados pelo aguaceiro. Nesta manhã, equipes da Secretaria de Defesa Social entregavam cobertores e colchões aos moradores atingidos no Parolin. Móveis e roupas se acumulavam do lado de fora das casas no bairro.
Até o início da tarde, a prefeitura ainda não tinha um levantamento que apontasse quantas pessoas foram atingidas pelas chuvas desta terça, mas, conforme o vice-prefeito, Pinheirinho, Xaxim, Boqueirão, Bairro Novo e Parolin foram os bairros que mais sofreram impactos.
No Centro, asfalto em alguns trechos da região chegou a ceder depois de alagamentos. Foi o que ocorreu, por exemplo, no cruzamento entre a Rua Desembargador Westphalen e a Avenida Visconde de Guarapuava, ponto visitado pelo vice-prefeito mais cedo.
A chuva também abriu um buraco entre a Travessa da Lapa com a Visconde de Guarapuava. “São algumas galerias antigas que a cidade tem e que precisam ser renovadas. No decorrer do tempo, a Secretaria de Obras e a Secretaria de Governo já estão com todas as equipes a postos, primeiro sinalizando, e agora, e no decorrer do dia e no decorrer a semana, para refazer os buracos”, respondeu o vice-prefeito.
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