Pontos de ônibus de Curitiba entraram no roteiro da criminalidade. Há pelo menos seis meses, parte dos abrigos do transporte público feitos de alumínio está sendo depenada pelo valor que o metal tem no mercado. Isso a ponto de a empresa responsável pela manutenção dos pontos, a concessionária Adshel, que os administra em troca de exploração publicitária, apontar Curitiba como um dos piores índices de vandalismo entre as cidades em que opera no Brasil, acima do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Além do prejuízo à concessionária, o vandalismo causa transtornos aos passageiros, que têm de aguardar os ônibus expostos ao tempo. “Não é só na chuva que é ruim. Quando tem sol muito forte a gente também quer se abrigar, mas não pode. É a gente, passageiro, que sai prejudicado”, reclama a técnica de qualidade Luiza Maciel, 37 anos, que costuma pegar ônibus na parada próxima ao cruzamento entre a Avenida das Torres e Rua Ferdinando Ferreira, no bairro Guabirotuba, cuja cobertura foi arrancada pela metade.
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O vandalismo teria acontecido há cerca de duas semanas, depois de o espaço amanhecer ao menos duas vezes com os vidros que cobrem o mapa de itinerário estilhaçados no chão. “Imagina isso aqui em dia de chuva. Quem não tem guarda-chuva fica espremido ali tentando se proteger”, relata a estudante Amanda Hansen, 17 anos.
O alvo dos vândalos não é qualquer um dos 5 mil pontos de ônibus de Curitiba. Os que têm atraído a criminalidade são os cerca de 2,5 mil mais reforçados e, consequentemente, mais atraentes. É o caso, por exemplo, dos mantidos na região central da cidade.
Na terça-feira (7), a reportagem apurou que eram ao menos dez abrigos espalhados com a cobertura total ou parcialmente depenada. Um estava na Rua Silveira Neto, entre as ruas Jacinto Antunes e Raul Carneiro, no Água Verde. Lá, a cobertura foi arrancada há uma semana e meia, durante a noite.
A empregada doméstica Marli Souza, 47 anos, afirma que o material do espaço publicitário no ponto já havia sido levado pelos criminosos antes. E nunca mais foi reposto. “Eles foram roubando aos poucos. Quando tiraram essa parte de cima, teve uma moça que perguntou para mim se eles estavam tirando a cobertura agora dos pontos. Mas a gente sabe que é tudo por causa de drogas”, comenta Marli.
A Adshel, concessionária responsável pelos pontos desde 2003, confirma o avanço do vandalismo, mas não passou os números de casos registrados no último ano. Em nota, disse que faz permanentemente trabalhos de manutenção, limpeza e vistorias nos pontos, mas também não estabeleceu prazos para reparos. Conforme a Urbs, empresa que gerencia o transporte público de Curitiba, os consertos devem ser feitos em até 48 horas.
Quanto à segurança ao redor dos equipamentos do transporte público, a Guarda Municipal de Curitiba diz que faz rondas com as equipes para inibir todo tipo de vandalismo e delito. E, sempre que necessário, intensifica e direciona esforços para pontos específicos.
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