A menos de quatro meses para o início da temporada de verão, a situação do trapiche da Praia de Brasília, na Ilha do Mel, Litoral do Paraná, preocupa moradores, comerciantes e turistas. Eles afirmam que a área de embarque está comprometida, o que prejudicaria o acesso de visitantes ao local. As reclamações dão conta de que há correntes arrebentadas, flutuantes para atracar balsas furados, madeiras podres no caminho da passarela ao receptivo e até a ponta de um acesso improvisado está debaixo d’água. Com tantos problemas, a Associação dos Nativos da Ilha do Mel (Animpo) teme que o turismo no local seja prejudicado.
Nem mesmo a reforma feita pelo IAP no local há seis meses, que, segundo a associação de moradores, colocou luminárias novas, ajeitou parte do piso com tapumes de fibras e melhorou os corrimãos, resolveu o problema. “Já precisa de outra reforma. A impressão que dá é de que os materiais usados poderiam ser outros, mais duráveis. Na praia de Encantadas [também na Ilha do Mel], o trapiche é de concreto. Aqui também poderia ser”, reclama Felipe Andrews Gonçalves, 25 anos, secretário da Animpo.
Vídeo: situação do trapiche da Praia de Brasília
Gonçalves conta que os moradores pedem uma solução para o IAP há pelo menos dois anos, mas, segundo ele, a resposta do instituto é sempre a mesma, apontando que enquanto uma licitação para dragagem não for aprovada no local, obras definitivas não podem ser feitas e parte do acesso continuará improvisada. “Tem reclamação formal para que isso seja resolvido, mas parece que não há compreensão de que o trapiche se torna perigoso para os moradores e turistas. Até a acessibilidade fica prejudicada”, afirma.
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Na área do receptivo, na ponta do trapiche, os moradores acabam se ajudando e contribuindo com a doação de tábuas e pedaços de compensado para manter o mínimo de funcionalidade no espaço. Sobra mutirão até para a escada de acesso. “Improvisamos uma com sacos de areia. Não temos muitos recursos, mas assumimos esse tipo de conserto porque não dá para deixar como está. Só que, na alta temporada, tudo vai estragando de novo. É muito movimento”, aponta o secretário da Animpo.
Estrutura provisória
Enquanto o impasse não se resolve, quem depende do turismo da Ilha do Mel vai encontrando meios para não decepcionar os visitantes logo na chegada. “A gente faz muita campanha para o conserto do trapiche. Enquanto isso, para manter o turista por aqui, as pousadas tentam superar o transtorno promovendo atividades culturais com programações diversificadas. O turista não pode se decepcionar, senão ele não volta”, conta Cassiane Guimarães, 29 anos, turismóloga e recepcionista de uma pousada na Praia do Farol.
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Questionado sobre o assunto, o IAP diz que os moradores têm reclamado de uma estrutura auxiliar provisória instalada pela prefeitura de Paranaguá. Conforme explicou o órgão, essa estrutura era usada enquanto o trapiche estava em obras – realizadas por empresa contratada pelo IAP. No entanto, ela deverá ser retirada.
Sobre a estrutura do trapiche como um todo, o IAP informou que uma dragagem deve ser feita para ela ser melhor assentada e sofrer menos desgaste com a variação de maré. Essa dragagem dependia de uma Dispensa de Licenciamento do IAP que foi emitida recentemente e já está sendo entregue à empresa licitada para fazer o serviço. Estima-se que o serviço para conclusão total da obra do trapiche seja concluída em dois meses, mas esse prazo pode se estender de acordo com as condições da maré, que interferem no andamento dos trabalhos.
Procurada, a prefeitura de Paranaguá endossou a explicação do IAP.
Farol da Conchas
Em março deste ano, o Farol das Conchas, localizado na Ilha do Mel, foi motivo de uma campanha pelas redes sociais para reacendê-lo. Ele estaria apagado desde o segundo semestre de 2017 segundo os moradores. Diante da situação, um grupo decidiu lançar uma campanha na internet solicitando atenção das autoridades para o caso.
A Ilha do Mel é um dos pontos turísticos mais visitados do Paraná e tem limite de 5 mil pessoas por dia para visitá-la. Durante o verão, principalmente nos fins de semana, esse limite costuma ser atingido facilmente, principalmente pela beleza das praias.
Vídeo
As imagens foram feitas pela Associação dos Nativos da Ilha do Mel (Animpo).
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