A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tatuquara, em Curitiba, foi inaugurada nesta segunda-feira (22) no embalo da promessa de se tornar uma referência para serviços de urgência e emergência na região. Mas, dois dias depois da abertura, a nova estrutura já começa a acumular reclamações disparadas contra as demais unidades da cidade. É o caso de demora no atendimento, falta de profissionais e restrições para atendimentos de casos considerados menos graves.
A confeiteira Andressa Amaral, de 32 anos, por exemplo, relatou ter ficando sabendo na unidade que situações como a da filha dela, de 6 anos, serão encaminhas nos próximos dias para postos de saúde. Nesta quarta, ela perdeu a manhã de trabalho para diagnosticar o motivo da febre da menina. Andressa alegou que, em unidades da saúde, o encaixe nem sempre é certo. “A enfermeira disse que hoje, tudo bem, porque a população ainda não sabe, mas que depois aqui são só casos graves. Olha o tamanho desse 24 horas. Por um acaso vai chegar gente morrendo toda a hora para eles terem tanto trabalho assim?”, argumentou a confeiteira. Ela acrescentou não ter encontrado pediatra no local nesta manhã.
Neste terceiro dia de funcionamento, usuários também comentavam que o tempo de espera para chegar a um dos médicos escalados para o turno era de uma hora e meia. “E nem tem tanta gente assim para esperar todo esse tempo”, observou um paciente que não quis se identificar.
Além disso, outra reclamação era a falta de internet no local. A UPA foi inaugurada sem que o sistema informatizado, que facilita acesso aos prontuários eletrônicos, exames de diagnóstico e relatórios de gestão e planejamento, estivesse funcionando.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que esse sistema já está instalado na unidade, mas que o ponto onde foi construída a UPA ainda não é contemplado pela empresa de internet que presta serviços para a prefeitura. Houve, segundo o diretor do Sistema de Urgência e Emergência de Curitiba, Vinicius Augusto Filipak, atraso no cronograma da operadora, que deve terminar a instalação dos cabos de fibra ótica até sexta-feira (26). O problema, ressalta o diretor, não prejudica os atendimentos.
Avaliação para todos
Ainda conforme Filipak, a previsão da prefeitura é de que 400 pessoas por dia sejam atendidas na UPA recém-inaugurada. O diretor ressalta que nenhum paciente que chegar à unidade deixará de ser avaliado. Mas que, em como todas as outras UPAs, os funcionários têm a obrigação de alertar que casos de menor complexidade têm como porta de entrada preferencial as unidades básicas de saúde (UBS’s). “É claro que tem que atender as pessoas, ninguém está negando isso. Mas a UPA é uma unidade de emergência com equipes mais preparadas para atender situações mais complexas”, justificou o diretor.
O corpo médico de cada turno é formado por nove profissionais, que se dividem entre atendimentos de casos mais urgentes e de internação, e diagnóstico nos consultórios. As filas desta quarta-feira, assinala Filipak, também têm a ver com o acúmulo de pessoas que buscam a unidade em situações menos complexas.
A UPA do Tatuquara vai concentrar a demanda por emergência e urgência de cerca de 150 mil moradores dos bairros Tatuquara, Caximba e Campo de Santana. O custeio mensal da unidade é de aproximadamente R$ 1,4 milhão, incluindo o pagamento dos funcionários lotados na UPA. Dos 177 trabalhadores da unidade, 53 são médicos e 93 da área de enfermagem.
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