O verão curitibano está sendo bastante carregado — e não só pelo alto volume de chuva. Influenciados pelo fenômeno El Niño, que eleva as temperaturas do Oceânico Pacífico e altera a dinâmica meteorológica em toda a região Sul do Brasil, os temporais estão vindo acompanhados também de muitos raios. Desde o começo do verão, o número de descargas elétricas que caíram em Curitiba é 750% do que no ano passado.
Dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) coletados entre o primeiro dia do verão, no dia 21 de dezembro, até a última terça-feira (15) mostram que 515 raios atingiram a capital paranaense neste período. No mesmo intervalo de 2017/2018, foram apenas 60 raios — sendo que só são considerados os que se formam em direção ao solo.
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“Como o El Niño tende a aumentar as chuvas e isso se deve a um maior número de passagens de frentes frias, certamente o número de raios também vai aumentar porque você tem ocorrência de raios quanto tem um sistema de instabilidade”, explica o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Solismar Prestes.
De acordo com o ELAT, toda a região Sul do país vem sendo afetada pelo comportamento do El Niño e a previsão do instituto é que, até o fim do verão, tanto o Paraná, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul tenham um aumento médio de 50% dos raios.
Como se proteger
Com a maior incidência de raios, aumenta também o número de pessoas que são atingidas pela descarga elétrica — o que, em muitos casos, acaba sendo fatal. A principal recomendação da Defesa Civil em caso de tempestades mais carregadas é que a pessoa permaneça em casa ou dentro de prédios ou mesmo em um automóvel.
E não é preciso escutar o trovão para se esconder. Ao ver o relâmpago, busque uma área protegida — como uma casa de alvenaria ou um carro com as janelas fechadas. Barracas ou veículos que não tenham capota de metal continuam sendo lugares perigosos.
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Além disso, não busque refúgio embaixo de árvores e nem fique em campos abertos ou mesmo na praia ou piscina. Se for o caso, procure algum estabelecimento próximo para se esconder.
Durante um temporal, evite usar eletrodomésticos. Mantenha-os fora da tomada para evitar queimá-los.
El Niño em ação
A formação do fenômeno El Niño também deve impactar nas temperaturas ao longo do verão. Previsão climática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) é de que as médias em todo o país fiquem acima do normal até fevereiro de 2019.
Em dezembro, de acordo com o Simepar, Campos Gerais e Região Metropolitana de Curitiba (RMC) tiveram valores que superaram as médias normais para o mês.
O El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas superficiais da parte mais ao centro do Oceano Pacífico. Com o vapor d’água mais quente, os padrões de ventos ficam mais fracos e isso impacta na distribuição e intensidade das chuvas e também na temperatura.
Quando o fenômeno se forma, o Sul to país tem mais chuva que o normal e, no Norte, o tempo fica mais seco.
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