Com a greve dos caminhoneiros chegando ao fim, já que não há mais nenhum ponto de bloqueio nas rodovias federais, Curitiba começa a voltar à normalidade nesta sexta-feira (1º). A grande maioria dos postos da cidade já recebeu combustível entre quarta e quinta-feira e as longas filas para abastecer o carro são cena do passado. Os supermercados e as feiras da cidade ainda devem ter alguma dificuldade para normalizar o estoque de frutas, verduras e carnes frescas, mas já é possível encontrar os produtos em alguns pontos da cidade. Já o setor produtivo estima que reflexos da paralisação possam ser sentidos por um período entre cinco e 15 dias em todo o estado, mas isso depende do ramo de atuação.
A greve dos caminhoneiros começou há onze dias e teve o seu ápice no fim da semana passada, quando os pontos de bloqueios nas principais rodovias do país chegaram a mais de 600. Com isso, milhares de caminhões ficaram parados nas estradas e não puderam abastecer as cidades com produtos essenciais, como combustível, medicamentos e alimentos.
A paralisação causou uma correria aos postos de gasolina e aos mercados que ainda tinham estoque de frutas, verduras e carnes frescas. Ela também causou prejuízos bilionários à indústria, ao comércio e à agricultura. Dados de 13 segmentos indicam perdas de mais de R$ 50 bilhões.
Por isso, alguns efeitos da greve ainda serão sentidos nesta sexta-feira (1º) e ao longo dos próximos dias, apesar de não haver mais pontos de bloqueios em rodovias. A expectativa, portanto, é de que o abastecimento comece a ser totalmente normalizado a partir da próxima semana.
Combustível
A grande maioria dos postos de Curitiba e região deve ter combustível nesta sexta-feira (1º). Segundo o Sindicombustíveis-PR, todas as regiões do Paraná apresentam, gradualmente, a retomada do abastecimento. Mais de 80% dos postos de Curitiba e Região Metropolitana tinham combustíveis nesta quinta-feira (31) até 17h30. São 340 postos em Curitiba e 210 nos municípios da região.
No Litoral, a maioria dos postos já recebeu combustível. Guaratuba, que foi a cidade mais atingida pelo desabastecimento na região, recebeu carregamentos e contava com pelo menos dois postos trabalhando por volta das 17 horas de quinta-feira.
Já no interior do Paraná, o abastecimento era superior a 50% em Maringá, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Em Guarapuava e em Londrina, 40% dos postos das cidades tinham algum tipo de combustível e em Cascavel o percentual era de 20% por volta das 17h30.
Comércio
Apesar do desbloqueio das estradas, o comércio ainda deve sentir alguns reflexos dos dias de paralisação. O estoque de frutas, verduras e carnes frescas era baixo ou inexistente em diversas barracas do Mercado Municipal e da feirinha do Ahú na quinta. A expectativa dos comerciantes é que o carregamento desses produtos comece a voltar ao normal a partir desta sexta-feira (1º).
Por isso, o consumidor pode ter alguma dificuldade para encontrar frutas, verduras e carnes frescas nesta sexta-feira, principalmente nos pequenos estabelecimentos. Já as grandes redes de supermercados, como Casa Fiesta, Condor e Festval, receberam novos produtos na quarta-feira (30) e devem estar com o estoque mais próximo da normalidade.
O setor produtivo do estado estima, porém, que os reflexos da paralisação devem ser sentidos por um período entre cinco e 15 dias em todo o Paraná, dependendo do segmento de atuação. A expectativa, portanto, é de que o abastecimento seja totalmente normalizado a partir da metade da próxima semana.
Bloqueios
Esta sexta-feira (1º) deve começar sem nenhum ponto de bloqueio nas rodovias, inclusive naquelas que cortam Curitiba. Já na quinta-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que não havia mais bloqueios ou pontos de aglomeração em rodovias do país.
Isso, porém, só foi conseguido após 11 dias de paralisação, com os caminhoneiros chegando a bloquear mais de 600 pontos no país. Com o fim do bloqueio nas estradas, o governo dá a greve como encerrada.
Petroleiros
A sexta-feira também deve começar com as usinas e refinarias funcionando normalmente.
Os petroleiros suspenderam a greve em nove estados, seguindo a orientação da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A decisão foi tomada após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter aumentado para R$ 2 milhões a multa diária aplicada aos sindicatos que aderissem à paralisação.
A greve foi suspensa nos estados do AM, BA, PE, PR, RJ, SC, SP, RN e RS. A Petrobras também informou que a greve já foi encerrada em mais de 95% das suas unidades e que não há impacto na produção nem risco de desabastecimento.
Postos de saúde
Os postos de saúde funcionam normalmente nesta sexta-feira (1º). Eles, inclusive, continuam com a campanha de vacinação contra a gripe, que foi estendida até 15 de junho.
A vacinação é feita das 8h às 18h e o endereço completo dos postos pode ser consultado no site da prefeitura. Para tomar a vacina, basta ir a uma unidade de saúde e apresentar um documento oficial e um documento que comprove que o usuário se enquadra no público-alvo da campanha.
Educação
Os colégios e escolas das redes estadual e municipal não terão aulas nesta sexta-feira (1º). O motivo, porém, nada tem a ver com a greve dos caminhoneiros. O recesso já estava previsto no calendário escolar em virtude do feriado de Corpus Christi, comemorado na quinta-feira (31).
Trânsito
Junto com o retorno do abastecimento dos postos de combustíveis, o trânsito de Curitiba começa a voltar à normalidade nesta sexta-feira (1º). Mas como muitas pessoas emendaram o feriadão e não há aulas nas redes estadual e municipal, o tráfego de carros deve estar um pouco menor na comparação com uma sexta-feira normal.
Estabelecimentos fechados
Apesar de não ser feriado nesta sexta-feira, alguns estabelecimentos e órgãos públicos vão emendar, seja por causa do feriado ou da própria greve dos caminhoneiros. É o caso das feiras orgânicas, das ruas da cidadania e de algumas repartições públicas, como a própria Prefeitura de Curitiba.
Confira o abre e fecha completo desta sexta-feira.
Ônibus
Assim como durante toda a greve, os ônibus funcionam normalmente em Curitiba nesta sexta-feira. O mesmo vale para o serviço de limpeza pública.
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